Paraná

ELEIÇÕES 2024

Diretório nacional do PT deve decidir sobre candidatura em Curitiba e mais três capitais

Em Curitiba, movimento por candidatura própria protesta contra GTE, que decidiu suspender calendário local

Curitiba (PR) |
Zeca Dirceu, em plenária em defesa da candidatura própria, também apresentou seu nomença candi - Divulgação PT

Passado o episódio de votação apertada no diretório municipal de Curitiba sobre o tema da candidatura própria do PT às eleições na capital, o Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do partido, coordenado por Humberto Costa (PT-PE), em reunião com presença do presidente Lula, avaliou que o diretório nacional do partido deve centralizar a decisão sobre a posição da sigla nas eleições em Curitiba.

De acordo com Ângelo Vanhoni, presidente municipal do PT, de um total de 15 cidades analisadas, Curitiba (PR), João Pessoa (PB), Rio de Janeiro (RJ) e Recife (PE) passarão pelo debate nacional, apontado para o dia 26 de março.

Com isso, o calendário municipal está suspenso. Haveria uma plenária, no dia 7 de abril, com votação dos delegados do partido, o que vinha movimentando o debate nas chamadas zonais (núcleos regionais), que contam com participação da chamada militância de base.

Polarização

De um lado, o agrupamento majoritário defende a chamada frente ampla. Tem como mentores da ideia Lula e a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, que articulam uma chapa encabeçada por Luciano Ducci (PSB), como desdobramento da aliança feita com Alckmin nas eleições de 2022.

Outras correntes partidárias (DS, AE, Trabalho, Base Luta e militantes independentes) defendem candidatura própria. Um dos principais nomes é a deputada federal Carol Dartora. O deputado federal Zeca Dirceu também se colocou como pré-candidato. Figuras do partido, como Requião, Giorgia Prates e Renato Freitas têm apoiado a ideia.

Nas redes, Vanhoni informou a suspensão do calendário local: “Então, digo companheiros, companheiras, aos filiados do partido, neste momento está suspenso nosso calendário. Vamos acompanhar a discussão que acontecerá no diretório nacional. Logo após, convocaremos uma reunião do diretório municipal de Curitiba, para avaliar as decisões e, se for o caso, redefinir o nosso calendário de consulta aos filiados”, afirma, em vídeo divulgado pelas redes sociais para a militância.

Protesto

Os militantes que defendem candidatura própria protestaram, em nota: “O anúncio da intervenção foi feito para impedir a vontade soberana da militância do PT de Curitiba, que quer uma candidatura própria do partido. Repudiamos esse ato contra a democracia interna do PT. Um atropelo que terá graves consequências políticas para o projeto eleitoral do PT em Curitiba”, afirma o Movimento pela Candidatura Própria do PT em Curitiba, em nota data de 15 de março (ontem).

Entre militância e dirigentes do partido, o debate ao longo de fevereiro e março esteve fervendo.

O BDF PR publicou série de artigos de vários dirigentes e lideranças, a partir da pergunta: "O PT deve ter candidatura própria?"

Até agora, vemos os seguintes eixos de posicionamentos:

Frente Ampla

Candidatura e programa próprios

Candidatura própria e nenhum apoio a Ducci no primeiro e segundo turno

Frente ampla, porém com definição programática

Candidatura própria devido ao acúmulo de lutas contra a Lava Jato

O espaço segue aberto a temas e posicionamentos.

Edição: Pedro Carrano