Estamos, todos, acompanhando a situação dramática, revoltante e inadmissível a qual milhares de pessoas estão expostas em Maceió, capital de Alagoas. São, pelo menos, cinco bairros atingidos, além de milhares de pessoas amedrontadas na capital e na região metropolitana.
A responsabilidade deste crime socioambiental é da Braskem, que explorou por muitos anos recursos minerais que provocaram esta situação insustentável. A Braskem é controlada pela Novonor (antiga Odebrecht), que detém 38,3% das ações totais e 50,1% de ações votantes, pela Petrobrás, que possui 36,1% das ações totais e 47% das ações votantes da empresa.
Há muitos anos vemos a condição de insustentabilidade integral do modelo de mineração que vigora no país. Do ponto de vista público, ambiental, social, econômico e de segurança é degradante, nocivo e catastrófico. Suas práticas destroem o meio ambiente, atingem e violam os direitos das populações e comunidades impactadas, não contribuem com o desenvolvimento das regiões, são inseguras e causam apreensão pela ausência de transparências e confiabilidade nas informações e sobrecarregam os municípios, os estados e a união que precisam atuar para atenuar os problemas decorrentes.
Neste sentido, todo o colapso vivido atualmente em Maceió, assim como os crimes ocorridos em Mariana, Brumadinho e tantos outros, ilustram bem a situação desde modelo que precisa ser radicalmente mudado.
Maceió é o resumo desta falência, pois o que está afundando é este modelo de mineração, mas, infelizmente está levando junto consigo bairros, vidas e histórias.
Edição: Pedro Carrano