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EDITORIAL PARANÁ

EDITORIAL 313. Se gritar pega ladrão...

Governos de direita que falam o tempo todo contra a corrupção ficam dando “jeitinhos” para embolsar milhões

Curitiba (PR) |
tenente-coronel Cid gastou seu tempo, num gabinete ao lado da presidência, tentando vender um relógio de 60 mil dólares - Reprodução/ Facebook Jair Bolsonaro

Informação trazida pelo Canal GloboNews mostra que militares do gabinete do ajudante de ordens de Bolsonaro teriam apagado cerca de 17 mil e-mails que julgavam confidenciais, mas se esqueceram tirar da lixeira dos computadores. Resumindo, as mensagens estão todas lá.
Mais que piadas sobre as trapalhadas a que o Brasil estava submetido sob Bolsonaro e seus auxiliares, os e-mails já revelaram, por exemplo, que o tenente-coronel Cid gastou seu tempo, num gabinete ao lado da presidência, tentando vender um relógio de 60 mil dólares que Bolsonaro ganhara na Arábia Saudita.
Junto a outros episódios, pedras preciosas guardadas no cofre sem serem colocadas nos registros do patrimônio da presidência, joias que queriam passar pela Receita Federal escondidas nas malas, fica claro que a função de alguns auxiliares diretos de Bolsonaro era transformar o patrimônio público em “negócios” para irrigar os bolsos e as contas de Bolsonaro e sua esposa, Michelle.
É bom prestar atenção nessa contradição. Governos de direita que falam o tempo todo contra a corrupção ficam dando “jeitinhos” para embolsar milhões.
Tratam a presidência de república como um balcão de negócios. Cabe esperar para ver o que ainda virá nas outras milhares de mensagens que tentaram apagar.

Edição: Pedro Carrano