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Coluna | Lula, Bolsonaro e o imposto de renda

Para DIEESE, inclusão de ao menos duas novas faixas de renda, com alíquotas de 30% e 35%, tornaria o IRPF mais justo

Curitiba (PR) |
Cerca de 30 milhões de pessoas devem entregar a declaração de imposto de renda de 2022 até 2 de março - Agência Brasil

Isenção de imposto de renda para salários até R$ 5 mil é uma proposta de Lula. Retirada da dedução de gastos com saúde e educação do IR é estudada pelo governo Bolsonaro. A medida de Lula corrige a defasagem do imposto, colocando mais recursos nas mãos dos trabalhadores. Já a do governo Bolsonaro deve aumentar o valor pago pela classe média.

Na avaliação do economista Sandro Silva, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), a isenção até R$ 5 mil ainda tem impacto direto nas pessoas que ganham acima disso. Segundo ele, como o imposto é cobrado por faixas, deve ocorrer a diminuição do percentual de quem ganha mais.

Já o fim da dedução de saúde e educação atinge diretamente a classe média. Seria o mecanismo que o governo Bolsonaro encontrou para arrecadar R$ 30 bilhões.

O DIEESE considera que corrigir os valores da tabela do IRPF não é suficiente para alterar a estrutura da contribuição e torná-la mais justa para os assalariados. Uma possibilidade seria a inclusão de, no mínimo, duas novas faixas de renda, com alíquotas de 30% e 35%. Outra seria corrigir a tabela do IR pessoa física pela Inflação e pactuar na sociedade uma reforma tributária solidária ampla, que permita reduzir a desigualdade e a pobreza absoluta.

Edição: Frédi Vasconcelos e Lia Bianchini