A deflação pelo terceiro mês seguido pode ser prejudicial para as negociações trabalhistas. Com a queda artificial e temporária do preço dos combustíveis, o INPC, índice de inflação, é menor, o que influencia nos acordos coletivos de trabalho, mas não diminui o custo de vida dos trabalhadores.
Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), as taxas de inflação dão sinais de arrefecimento, mas seguem em alta, consumindo a baixa renda dos mais pobres e contribuindo para o elevado endividamento das famílias e a inadimplência. No mercado de trabalho, o desemprego cai, mas às custas de precarização e informalidade, salários baixos.
Ainda se avalia que, se de um lado o mercado de trabalho tem apresentado melhora na taxa de desemprego, por outro isso ocorre mediante manutenção e aprofundamento de desigualdades estruturais de renda e oportunidades.
“O rendimento médio real do trabalho evolui muito pouco. Os salários não crescem e ainda são corroídos pela inflação”, avalia o estudo do Dieese, que conclui que se vive em um cenário com “emprego desprotegido e instável, gerando renda instável e, assim, a vida dos brasileiros fica mais difícil”.
Edição: Frédi Vasconcelos e Lia Bianchini