Paraná

DESPEJO ZERO

Famílias do bairro Novo Mundo pedem mediação do Tribunal de Justiça do Paraná, ante risco de despejo

Parlamentares, mandatos e movimentos populares fizeram visita à área na tarde de hoje (11)

Curitiba (PR) |
Giorgia Prates (Mandata Preta - PT) foi uma das vereadoras e autoridades presentes na visita de hoje - Pedro Carrano

Na tarde de hoje (11), a vereadora Giorgia Prates (Mandata Preta) e representantes dos vereadores Professora Josete, Vanhoni, e dos deputados estaduais Ana Júlia, Requião Filho, Arilson, Renato Freitas (todos do PT), ao lado de movimentos populares e institutos de defesa jurídica, realizaram uma visita a oito famílias ameaçadas de despejo, que vivem na rua Olga de Araújo Espíndola, 1294, no bairro Novo Mundo.

Como relatado pela reportagem do Brasil de Fato Paraná, há uma disputa entre essas famílias e a associação de moradores que assumiu a negociação dos lotes com a massa falida da empresa proprietária, em área ocupada desde os anos 2000.

Porém, as oito famílias justificam impossibilidade de pagar o valor cobrado pela associação, agora autora da solicitação da reintegração de posse.

A associação justifica o tempo e a necessidade de pagamento da empresa. Já os moradores ameaçados falam em cobranças indevidas dos lotes, ameaças e venda dos terrenos onde estão para terceiros por parte da associação.

Maria Inês Ramos, 64, mora há 17 anos no local e afirma que não aguenta mais insegurança em sua vida. “Não tenho paz. Vivo com pouquinho, bolsa família, nunca fui consultada sobre valores de prestações”, critica.

Para Giorgia Prates, é importante expandir o atual debate para a questão dos direitos humanos. “Nosso setor jurídico vai analisar a situação”, afirmou a vereadora, que deve pautar o tema também na Comissão de Direitos Humanos da Câmara, da qual é vice-presidente.

Bárbara Esteche, advogada popular, integrante do Despejo Zero e do FORT, reforça a saída solicitada pelos moradores que a Comissão de Soluções Fundiárias do Tribunal de Justiça do Paraná seja chamada a mediar o conflito. "Essas famílias estão com risco iminente de despejo e no processo judicial, movido contra elas, foram privadas da mediação pela Comissão de Soluções Fundiárias. Houve negociação com uma parte das famílias, mas não alcançaram poder econômico, e foram privadas daquela negociação, e agora novamente estão sendo privadas da mediação da Comissão, que entendemos como muito importante para as situações de despejo", afirma.


Famílias exigem "mediação já" aproveitando o fato de que a Comissão de Conflitos Fundiários apontou chance de negociação / Pedro Carrano

Edição: Mayala Fernandes