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Quando o “ex” faz estrago

Final da Copa do Brasil mostrou um Flamengo sem rumo (e pouco futebol) e a redenção de Dorival Júnior

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São Paulo aproveitou a bagunça do Flamengo para o merecido título - Rubens Chiri _ São PauloFC.net

O ex-presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, dizia que no futebol a única verdade é se a bola entra ou não na “casinha”. É o gol que define os campeões. Muitos times com melhores jogadores acabam perdendo jogos e títulos quando a bola decide entrar — ou não. Na bola chutada de fora da área por Rodrigo Nestor, caprichosa, ela desviou de todos os jogadores que estavam na área e foi morrer no canto e dar o título ao tricolor paulista.
Porém, além das vaidades da bola, a final da Copa do Brasil deste ano tem outras histórias. Uma é a bagunça em que se meteu o time mais rico do Brasil. Único a faturar mais de R$ 1 bilhão por ano, o Flamengo trocou de técnicos sete vezes de 2020 a 2023, torrando com isso, só em indenizações, R$ 37 milhões, segundo levantamento do site “Goal.com”. E agora queimou mais R$ 15 milhões com a demissão do argentino Jorge Sampaoli. São mais de R$ 50 milhões de prejuízo financeiro e esportivo.
Só para lembrar, o técnico campeão com o São Paulo, com um elenco muito mais modesto, foi mandado embora do rubro-negro carioca no final do ano passado, mesmo tendo sido campeão da mesma Copa do Brasil e da Libertadores. Títulos que, além da glória esportiva, derramaram cerca de R$ 200 milhões no cofre. Mesmo com as vitórias, Dorival foi trocado pelo português Vitor Pereira, que durou poucos meses em 2023 e acabou substituído por Sampaoli. Com a queda do argentino, só com essas trocas foram rasgados R$ 30 milhões.

E o campeão
Não foi à toa que o atacante são-paulino Luciano, ao final da partida da conquista do título, deu entrevista agradecendo à diretoria do Flamengo pela demissão de Dorival. O técnico, educado, não falou nada, mas não deixou de cumprimentar os jogadores do Flamengo e ser abraçado por eles após a conquista inédita dos tricolores.
Aliás, é necessário explicar um dos motivos pelos quais o São Paulo ainda não tinha conquistado a CDB. Numa das melhores fases do time, em que conquistou o tricampeonato brasileiro (2006, 2007 e 2008), o campeão do nacional era um dos classificados para a Libertadores e quem jogava o torneio intercontinental não disputava a Copa do Brasil. Foi assim de 2001 a 2012. A regra só foi alterada em 2013, com os classificados da Libertadores entrando em fases avançadas da CDB.
 

Edição: Lia Bianchini