No período de pandemia, a necessidade de cozinhas comunitárias – ou cozinhas solidárias, como são chamadas no programa oficial -, mostraram-se uma ferramenta necessária para organizar e, claro, sobretudo alimentar áreas de ocupação e bairros periféricos, em Curitiba e região metropolitana.

Recentemente, duas novas cozinhas foram inauguradas. A primeira delas fica na Vila União, área de ocupação datada de maio de 2021, que hoje abriga cerca de 250 famílias, na rua Clara , no bairro Tatuquara. O objetivo central é fornecer café da manhã para as crianças da vila, e aproveitar a manhã para aulas de reforço escolar.

O apoio da iniciativa é sobretudo do padre redentorista Joaquim Parron, do movimento SOS Combate à Fome. Tem o apoio também da Frente de Organização dos Trabalhadores (FORT).

Professora Márcia, integrante da coordenação, afirma que a cozinha e o reforço escolar tornam-se um polo de organização da comunidade. “Principalmente a questão da organização das crianças, da família se responsabilizar. Nós vemos as crianças falando elas mesmas que tomam café todo dia, foi fundamental para nós, para a comunidade, porque as mães levantam cedo, passam lá, tomam café e vão para a escola ou para o trabalho. Não é toda família que consegue comprar pão todo dia”, afirma.

Márcia comenta também sobre as voluntárias da comunidade, que se levantam às 6h15 para o preparo do café. O reforço escolar é das 8h30 até às 11h30, garantindo também tranquilidade para as mães trabalhadoras terem onde deixar os filhos, com grade de atividades completa. "A comunidade abraçou a causa da cozinha", comemora.

Fortaleza

Iniciada desde fevereiro de 2022, a ocupação Fortaleza está instalada em um barracão particular, localizado na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Trata-se de um barracão industrial que, até dezembro de 2018, estava abandonado, localizado na rua Rua Engenheiro Ariel Villar Tacla, 500, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC).

A gestão do município reivindica o local, na condição de locatária do espaço pertencente à Comercial Exportadora Husseini Ltda, pelo valor mensal aproximado de R$ 19 mil. Mesmo com o pagamento de recursos públicos, o espaço estava abandonado durante toda a pandemia.

Agora não. A comunidade de cerca de 50 famílias está instalada e inicia a criação de horta comunitária e cozinha. Um dos coordenadores da área, Sidnei Silva, avalia que “A gente ficou contente de inaugurar a cozinha, ainda incompleta, mas muito importante na vida de cada um, tem gente com dificuldade para trazer o pão de cada dia para casa. Vai ajudar muito, quem sabe até as outras comunidades que podemos enviar alimentos”, afirma.

"Vai ajudar muito, quem sabe até as outras comunidades que podemos enviar alimentos" / Pedro Carrano

 

 

Edição: Lia Bianchini