Paraná

ORGANIZAÇÃO POPULAR

Curso de comunicação popular fortalece canais de áreas de ocupação do Tatuquara

Ao todo, o atual projeto alcança três regiões da periferia sul de Curitiba

Curitiba (PR) |
"Toda pessoa pode deixar de ser mera expectadora para se tornar sujeito da comunicação", afirma Fernan Silva - Pedro Carrano

Com a participação de moradores, jovens e integrantes de movimentos sociais, o curso de comunicação popular, promovido pela União de Moradores e Trabalhadores (UMT), em parceria com a Fórum Nacional da Reforma Urbana (FNRU) e HabitaT Brasil, busca o trabalho com comunicação popular em bairros e áreas de ocupação, fortalecendo a comunicação local.

Após conclusão de três oficinas na região do bolsão Formosa, no bairro Novo Mundo, oficinas no mês de novembro estão sendo realizadas no bairro Tatuquara, na Vila União e na Comunidade Britanite.

Ao todo, o atual projeto alcança três regiões da periferia sul de Curitiba – bolsão Formosa, ocupações do Tatuquara e, em breve, Sabará (CIC).

“A partir das rodas de conversa, escutas, oficinas, os participantes percebem as potencialidades de seus territórios, os afetos presentes no cotidiano e principalmente a importância da troca de informações e formação de narrativas, diferentes da mídia empresarial”, afirma Raíssa Melo, uma das organizadoras do curso.

A metodologia, que reúne educação e comunicação popular, experiências dos movimentos populares, vai da valorização das técnicas de comunicação, em parceria com os conhecimentos locais em comunicação e linguagem nas áreas.

Duas áreas, duas histórias


O atual projeto alcança três regiões da periferia sul de Curitiba – Formosa, ocupações do Tatuquara e, em breve, Sabará (CIC) / Pedro Carrano

O curso em suas etapas no Tatuquara é encampado pelo conhecimento desenvolvido pelo jornal Brasil de Fato Paraná e pelo Levante Popular da Juventude, ao lado das coordenações da vila União e da comunidade Britanite. Ao todo, as duas áreas somam mais de 700 famílias, em busca de regularização fundiária e contra despejos forçados.

A Britanite foi organizada em dezembro de 2020, já a União em maio de 2021. Em comum entre as duas áreas, o fato de terem estado abandonadas por duas construtoras antes de se tornarem moradia popular. E recebem hoje trabalhos sociais do movimento SOS Vila Torres, dos Redentoristas, e da Frente de Organização dos Trabalhadores (FORT).

Na etapa da Vila União, foram criadas páginas nas redes sociais que a comunidade ainda não possuía, e serão gerenciadas pelos próprios moradores. “A criação dos canais nas redes sociais vai contribuir para que a comunidade se organize para comunicar avisos dentro dos próprios grupos, anunciar seus projetos e atividades e denunciar as questões de infraestrutura do território”, afirma Leticia Faria, secretária da União Paranaense dos Estudantes (UPE) e integrante do Levante Popular da Juventude.

No dia 18, é a vez de oficina na comunidade Britanite, um espaço que reforce a atual campanha “Caras da Britanite”, uma iniciativa dos próprios moradores, buscando combater o discurso de criminalização contra a ocupação, mostrando que são famílias de trabalhadores que necessitam de moradia.

“Nestes espaços práticos, por meio da socialização de linguagens e técnicas de comunicação popular, toda pessoa pode deixar de ser mera expectadora para se tornar sujeito da comunicação”, reflete Fernan Silva, integrante do Brasil de Fato Paraná, que deve conduzir o espaço do dia 18.

Serviço

Dia 18 de novembro (sábado)

Horário: 9h às 12h

Local: Ocupação Britanite (Rua Antonio Zanon, 190, bairro Tatuquara)

Objetivos: Fortalecer a experiência em vídeo e a campanha Caras da Britanite, em defesa da comunidade de 407 famílias e contra despejos forçados. A campanha é realizada pelos moradores. Saiba mais aqui


Reconheceu que a Britanite é marcada pelo enraizamento e vida comunitária / Pedro Carrano

Edição: Lucas Botelho