Paraná

Eleições municipais

Pré-candidato à prefeitura de Curitiba, Ducci tem rejeição no funcionalismo público

Há 12 anos, Greve dos Excluídos parava Curitiba e marcava a cidade

Curitiba (PR) |
Movimento ficou conhecido como “Excluídos da Saúde”, naquela que foi a maior greve municipal em Curitiba, durante 74 dias - Foto: Reprodução/Sismuc

O ano é 5 de dezembro de 2011. O local fica em frente ao prédio dos gabinetes da Câmara Municipal de Curitiba. As pessoas vestem jalecos brancos, adesivos pregados e usam apito. A faixa diz: “Fascismo em Curitiba. Prefeito Luciano Ducci, não vamos aceitar corte nos nossos direitos”. Este era o início da greve dos profissionais da Saúde que ficaram de fora da lei que previa a redução de jornada para 30 horas semanais.

O movimento ficou conhecido como “Excluídos da Saúde”, naquela que foi a maior greve municipal em Curitiba, durante 74 dias. Os servidores públicos não conseguiram a redução de jornada. Ducci, pupilo do ex-prefeito Beto Richa, perdeu a eleição para Gustavo Fruet no ano seguinte.

Essa história deve vir à tona no ano que vem, quando o atual deputado federal pleiteia ser candidato a prefeito da capital novamente. O palanque pode ser oferecido pela Federação formada por PT, PSB (partido de Ducci) e PCdoB. Contudo, se aprovada essa indicação, além de resistência em fileiras da esquerda, a oposição dos sindicatos municipais e da própria base deve ser empecilho ao médico que se descreve como “pai do Mãe Curitibana”.

Não é apenas na Saúde que Ducci pode enfrentar resistência. Enquanto prefeito, Ducci não fez o Plano de Carreira da Educação, avançou na Fundação de Ação Social (FAS), meio ambiente, e chegou a cassar liberações sindicais. A síntese desse período pode ser lida na “Carta dos Excluídos”

Na arena nacional, o político agora “convertido” à esquerda fez um mandato parlamentar em fileiras da centro-direita, aliado aos tucanos e votando em matérias que traziam prejuízo aos servidores. Uma delas, o voto favorável à Reforma Trabalhista. Outro voto polêmico favorável foi ao impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff.

12 anos depois, fica a pergunta se os servidores e a população terão memória curta ou perdoarão o candidato que quer enfrentar Eduardo Pimentel e companhia.

Edição: Lia Bianchini