Paraná

SOBERANIA NACIONAL

Petroleiros, petroquímicos e trabalhadores da manutenção convocam ato amanhã (3 de outubro) na frente da Repar, em Araucária

Passadas as privatizações do período Bolsonaro, falam em reconstrução da capacidade de investimento da empresa

Curitiba (PR) |
Fechamento da Fafen trouxe desemprego e queda na arrecadação do Paraná
Fechamento da Fafen trouxe desemprego e queda na arrecadação do Paraná - BKZPhoto/Sindiquímica

No dia quando a Petrobrás completa 70 anos de história, o Sindipetro Paraná e Santa Catarina, em parceria com o Sindiquímica-PR e Sindimont-PR, organizam ato unificado ‘Petrobrás para o Brasil’, a partir das 7h, em frente à Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), localizada em Araucária.

Na data, a mobilização é parte de ato com concentração nacional no Rio de Janeiro e ações também na Bahia, além do Paraná.

Petroleiros e organizações parceiras pedem a criação de um novo projeto nacional voltado para o desenvolvimento socioeconômico do país, impulsionado pela Petrobrás, que inclua a reabertura da Fafen-PR, com a reintegração dos trabalhadores demitidos da fábrica, bem como a reversão das privatizações de diversas unidades da companhia.

De acordo com a entidade, em 2023, “a nova gestão da estatal anunciou o encerramento do plano de desinvestimentos do Sistema Petrobrás, mas o processo de reconstrução ainda é desafiador”. Afinal, a companhia enfrentou, segundo eles, ataques severos desde o governo golpista de Temer (2016), passando por Bolsonaro (desde 2018).

No governo anterior, 68 ativos estratégicos foram vendidos, incluindo a Usina do Xisto (SIX) em São Mateus do Sul (PR). Esse patrimônio público foi entregue por apenas US$ 41,6 milhões, o equivalente ao seu lucro de um ano. Além disso, ocorreu a hibernação da Fafen-PR em 2020, o que resultou no fechamento de mais de mil postos de trabalho e na perda de renda para o município de Araucária (PR).

O presidente do Sindipetro PR e SC, Alexandro Guilherme Jorge, afirma que o aniversário da Petrobrás é uma data para reiterar a luta em defesa da companhia e demais estatais. “A Fafen-PR ainda não foi reaberta, ainda paira o fantasma das privatizações e estamos aguardando a retomada dos investimentos por parte da Petrobrás e suas subsidiárias na região. Então, é um dia de estarmos todos mobilizados por investimentos, emprego e renda para a classe trabalhadora, encaminhada por um novo governo e uma nova gestão da empresa”, ressaltou.

O ato unificado deve contar com a presença de centrais sindicais, organizações populares e partidos políticos do campo da esquerda.

Breve histórico (Fonte: Brasil de Fato)

Fundada em 1953 por Getúlio Vargas à esteira da campanha "O Petróleo É Nosso", a Petrobras foi a única empresa autorizada por lei a explorar petróleo no país por quase meio século. A partir de 1997, com a quebra do monopólio estatal sobre o setor de óleo e gás apoiada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ela passou a concorrer com gigantes estrangeiras no país e mesmo assim seguiu crescendo.

No período Bolsonaro, de entrega da empresa ao capital transnacional, foram mais de R$ 290 bilhões em patrimônio privatizado, acrescentou Dantas. E isso, naturalmente, afetou o desempenho da empresa.

Em abril de 2013, a Petrobras tinha 94% de participação na produção de óleo e gás no país. Em abril deste ano, baixou esse percentual a 64%.

SERVIÇO

Ato Unificado Petrobrás para o Brasil

Dia 3 de outubro, a partir das 7h.

Em frente à Fafen-PR. Endereço: R. Dr. Eli Volpato, 999 - Tindiquera, Araucária (PR).

 

Edição: Pedro Carrano