Paraná

SOBERANIA NACIONAL

Trabalhadores vivem expectativa de retomada do setor de fertilizantes

Em Araucária, Fafen deveria ser reaberta aproveitando força de trabalho experiente

Curitiba (PR) |
Fechamento da Fafen pelo governo Bolsonaro gerou o desemprego direto de mil operários - Gibran Mendes

Em fevereiro de 2020, o governo Bolsonaro fechou a Fafen Fertilizantes, localizada em Araucária (PR), colocou mais de mil trabalhadores na rua, e, com isso, tornou um ramo de produção nacional dependente da importação. As outras duas unidades do ramo, na Bahia e Sergipe, já haviam sido arrendadas, tornando o país um importador de fertilizantes, em um momento de escassez e altos preços no mercado internacional.

De acordo com Eder Umbelino da Silva, dirigente do Sindiquímica, sindicato que seguiu operando mesmo com o fechamento da unidade de produção, há uma sinalização do governo Lula e do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, de reabertura da empresa.

Atualmente, o Brasil importa quase 75% dos fertilizantes nitrogenados necessários para atender a demanda interna, além de importar 90% de potássio e 24% de fosfato, assim como 98% de nitrato de amônio, os dois últimos justamente da Rússia.

É fato que o fertilizante nitrogenado poderia ser produzido pelos trabalhadores brasileiros, uma vez que há oferta de petróleo e gás, mas não houve iniciativa de o governo Bolsonaro investir. Há força de trabalho capacitada, mercado, experiências e uma empresa estatal que já desenvolveu essa produção.

Na avaliação de Umbelino, o desafio é como reabrir a Fafen aproveitando uma força de trabalho experiente, com muitos quadros que já operam há anos na empresa. Para o sindicato, é necessária nesse sentido uma recontratação dos ex-trabalhadores.

“É necessária a recontratação dos trabalhadores. Vemos como a reparação de uma injustiça cometida pelo governo Bolsonaro. Além da desindustrialização, a perda da soberania, foi um impacto sobre as famílias dos trabalhadores. Foi um crime do governo Bolsonaro", complementa Umbelino.

Os sindicalistas apontam também a necessidade de um ato político, no qual Lula aponte para a população a disposição à retomada de postos de trabalho e de estruturas abandonadas nos governos anteriores, que não priorizaram a produção.

Eder defende a necessidade de reabertura de uma unidade que deve auxiliar na produção de fertilizantes nitrogenados, retomando a soberania no setor, adequada às necessidades do país. No auge da pandemia, é fato que Bolsonaro podia ter aproveitado a estrutura produtiva para fornecer cilindros de oxigênio, o que não aconteceu.

Edição: Lucas Botelho