Não é possível pensarmos o desenvolvimento do Paraná e da região sul do Brasil sem levarmos em conta duas grandes empresas públicas que alavancaram o processo de industrialização e universalização do serviço de eletricidade.
A Copel, criada em 26 de outubro de 1954 com o decreto 14.947, pelo então governador Bento Munhoz da Rocha Netto, assumiu, dois anos depois, a execução Plano de Eletrificação do Paraná.
Em 1971 é inaugurada a UHE Capivari-Cachoeira, maior usina do sul do Brasil até então e um marco na história da engenharia brasileira. Menos de uma década depois, em 1980, a Copel inaugurava a UHE Foz do Areia, que continua sendo a maior usina da região sul do Brasil, com mais de 1,6 mil MW de potência.
Ainda como vanguardista, a Copel inaugura o parque eólico de Palmas em 1999, universalizando a eletrificação no estado em 2012, e neste mesmo ano, leva fibra óptica para todos os municípios do estado. Nos anos seguintes, consolida projetos de geração e transmissão, atuando em 10 estados brasileiros.
Já a Eletrosul, empresa subsidiária do sistema Eletrobrás, foi criada em 1968, anos depois inaugura dois grandes usinas hidrelétricas no rio Iguaçu, a UHE Salto Osório, com mais de 1 mil MW de potência, em 1975 e a UHE Salto Santiago, com 1.420 MW de potência, em 1980.
Além disso, a Eletrosul foi fundamental para a interligação da região sul, com linhas de transmissão e substações, além de atuação em termelétricas e mais recentemente na geração eólica e solar.
Em 1997, a Eletrosul teve seu parque gerador privatizado pelo governo FHC, processo que até hoje é considerado por muitos especialistas um crime de lesa-pátria, e que logo em seguida levou o Brasil a viver o apagão de 2001.
As privatizações do setor elétrico levaram o Brasil a ter uma das tarifas de eletricidade mais caras do mundo, mesmo com uma matriz de produção de custos muito baixos.
A empresa francesa Engie, hoje é controladora das usinas privatizadas pela Eletrosul, remete bilhões de reais da forma de lucro para sua sede e em nada constribui com o desenvolvimento regional.
Cabe destacar, portanto, o extraordinário esforço da sociedade paranaense na construção de um setor elétrico como acelerador do desenvolvimento econômico, social e tecnológico do estado, como desempenho decisivo do estado.
No entanto, o governo Ratinho quer vender a Copel, entregando-a a grupos econômicos que apenas que se utilizar da empresa como forma de exploração do povo do Paraná.
É preciso fortalecer a luta em defesa da Copel pública, a serviço dos paranaenses, bem como a luta pela reestatização da Eletrobrás, vendida pelo governo Bolsonaro.
A Copel é do povo e não do Ratinho Júnior! Sendo assim, ninguém pode vender aquilo que não é seu.
Edição: Pedro Carrano