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SOBERANIA NACIONAL

Em resposta a ataques golpistas, petroleiros realizam atos em unidades da Petrobras

O alerta sobre ataques nas unidades petroleiras ocorreu no mesmo dia da invasão às sedes dos Três Poderes

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Na Reduc, maior refinaria do Brasil e o principal ponto de abastecimento da região Sudeste, segurança foi reforçada - Soto: Sindipetro Caxias

Em resposta aos ataques antidemocráticos ocorridos no domingo (8) e a tentativa fracassada de invasão às instalações da Petrobras e às distribuidoras de combustíveis, a Federação Única dos Petroleiros (FUP), juntamente com os seus sindicatos, realizaram 13 atos em unidades da empresa espalhadas pelo território nacional na quarta-feira (11). A principal reivindicação dos manifestantes foi a de que todos os envolvidos nas ações golpistas sejam responsabilizados e que não haja anistia para os criminosos.

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O alerta para as organizações sindicais petroleiras ocorreu no mesmo dia da invasão às sedes dos Três Poderes. Os bolsonaristas radicais tentaram realizar uma ação orquestrada invadindo Brasília e também setores estratégicos como o de óleo e gás, que é a base da matriz energética brasileira. 

Na avaliação do coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, uma possível invasão às refinarias da Petrobras colocaria em risco a segurança dos trabalhadores e do meio ambiente e poderia ocasionar o desabastecimento de combustíveis no Brasil. 

“Os impactos são incomensuráveis, desde danos as instalações, equipamentos da própria Petrobras, aos trabalhadores e trabalhadoras que atuam nessas unidades operacionais e também ao meio ambiente. Porque estamos falando de unidades que processam milhares de barris de petróleo, produzem diversos derivados e um ato terrorista que gere qualquer tipo de emergência, como explosão, incêndio e vazamento pode causar esses danos que mencionei. Além da possibilidade de desabastecimento de diversas regiões do país”, ressaltou Bacelar.

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De acordo com a FUP, os grupos bolsonaristas foram mapeados nas proximidades de acesso às refinarias e distribuidoras nos estados de São Paulo, Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, mas sem bloqueios ou impactos para a operação das unidades. Já na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, houve movimentação de alguns poucos manifestantes durante a madrugada de domingo para segunda-feira (9), que foram rapidamente dispersos.

Ação conjunta

Segundo Bacelar, a atuação conjunta da FUP, Sindicatos dos Petroleiros e poder público conseguiu reprimir a ação dos extremistas nas unidades da Petrobras. O coordenador-geral da FUP detalhou ao Brasil de Fato que uma série de medidas ocorreu simultaneamente para frear os ataques de radicais.

“A articulação que foi feita com a área de inteligência e segurança corporativa da Petrobras e aqui estamos falando não do corpo gerencial ligado ao bolsonarismo, mas pessoas que nos ajudaram com uma série de informações; o contato direto com o próximo presidente da Petrobras [Jean Paul Prates] e com o presidente Lula, que articularam reuniões com os ministros de estado, dentre esses o ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, que enviou ofício para todos os governadores onde tem essas refinarias para que designassem as forças policiais para reprimir e retirar esses terroristas das unidades que são área de segurança nacional”, explicou.

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No estado do Rio, o governador Claudio Castro (PL) montou um forte esquema de segurança na Reduc, maior refinaria do Brasil e o principal ponto de abastecimento da região Sudeste. Segundo o presidente do Sindicato dos Petroleiros de Caxias (Sindipetro-Caxias), Marcello Bernardo, o monitoramento na unidade permanecerá pelos próximos dias.

“Desde segunda-feira (9), a PM [Polícia Militar] e a PRF [Polícia Rodoviária Federal] fazem policiamento nas unidades da Petrobrás em Duque de Caxias, que segue sem incidentes golpistas. O sindicato está monitorando a situação em conjunto com a vigilância da companhia e marcará presença na portaria da refinaria [Reduc] ao longo dos próximos dias realizando assembleias em todos os grupos de turno”, afirmou.

A reportagem procurou o Sindipetro-NF para saber se houve tentativa dos radicais de afetar o embarque e desembarque dos trabalhadores no Norte Fluminense. O sindicato informou que não houve incidentes na jornada de trabalho dos petroleiros.

Os atos em defesa da democracia nas unidades da Petrobras ocorreram na Refinaria de Manaus (Reman/AM), na Refinaria Abreu e Lima (Rnest/PE), na Fábrica de Lubrificantes do Nordeste (Lubnor/CE), na Refinaria Gabriel Passos (Regap/MG), na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc/RJ), na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap/RS), na Unidade de Tratamento de Gás de Caçimbas (UTGC/ES), no Campo de Taquipe (BA), no Campo de Macau (RN), no Terminal de Cabiúnas, no Parque de Tubos, no Aeroporto de Farol e na sede administrativa de Imbetiba – bases da Petrobrás no Norte Fluminense. Em São Paulo e no Paraná, os atos foram adiados por causa de temporais.

Edição: Mariana Pitasse