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A necessária retomada da integração latino-americana

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Lula recebeu Maduro para formalizar a retomada plena de relações com a Venezuela, na véspera do encontro com os demais presidentes sul-americanos - Evaristo Sá/AFP
O momento é oportuno. A novidade é a abertura no continente de importantes governos como a Colômbia

A reunião convocada por Lula com governos de onze países da América do Sul representa uma retomada da articulação continental, profundamente abalada, sobretudo com a orientação do governo Bolsonaro, sem protagonismo e submissa aos EUA.

Durante toda a década de 2000, a presença de governos de esquerda, na Venezuela, Bolívia, Equador, e governos preocupados com o desenvolvimento no Brasil, Argentina, Paraguai, permitiu a criação de espaços fortalecendo a chamada integração regional.

Se o imaginário da “Pátria Grande”, sonhado de Simón Bolívar a Che Guevara, um povo unificado, devido à sua história de exploração comum, ainda está longe de ser alcançado, é fato que espaços como a Comunidade dos Estados Latino-americanos e caribenhos (Selac), União de Nações Sulamericanas (Unasul), a Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba), permitiram a contraposição ao domínio dos EUA.

Fato é que o governo dos EUA reagiu contra as mudanças em curso, promovendo intervenções e golpes na América Latina, norte da África e Oriente Médio. Em nosso continente as derrubadas de governos progressistas, a crise econômica, o forte impacto da pandemia de covid-19, prejudicaram a prioridade para essas articulações. A péssima presença do governo Bolsonaro foi decisiva nesse sentido.

Agora, o momento é oportuno. A novidade é a disposição no continente de importantes governos, caso de Colômbia e México, que passaram quatro décadas de neoliberalismo e agora estão preocupados com um programa de desenvolvimento. A reunião apontou projetos no marco da proteção climática, infraestrutura, energia, entre outros pontos.

Além da iniciativa, o governo Lula ainda firmou posição em torno da presença da Venezuela, país sempre protagonista nesses fóruns, e sobre o qual realmente pesa a “narrativa” a qual Lula se referiu.

Desde 2015, com o decreto do governo Obama classificando a Venezuela como país inimigo, passando pelo bloqueio econômico completo do governo Trump, em 2019, chegando até barricadas e violência conduzidas pela oposição venezuelana são fatos desconsiderados pela mídia empresarial e explicam a crise que o país atravessa.

Para entender melhor o contexto do que ocorre na Venezuela, confira aqui

Edição: Lucas Botelho