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Racismo

Mãe denuncia atividade racista em escola no Paraná: "não temos cabelo de Bombril!"

Secretaria de Educação de Almirante Tamandaré informou que o assunto será levado à Comissão de Sindicância

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Posto foi feito nas redes sociais da mãe de uma das alunas da escola que teve que realizar a tarefa - Divulgação

Uma parede dentro de uma sala de aula de Educação Infantil cheia de retratos iguais de mulheres negras para tratar com os alunos o tema da  Consciência Negra. A tarefa que as crianças supostamente tinham que fazer era, a partir destes retratos,  colar os cabelos. Na imagem, todos os cabelos são feitos de palha de aço ou mais comumente conhecido como Bombril. Essa foto foi publicada, com indignação, em um post nas redes sociais de Karla Roberto Leonor, mãe de uma das crianças desta turma. O caso aconteceu no Centro Municipal de Educação Infantil Dona Ruth, em Almirante Tamandaré, Paraná.

Negra, mãe de uma criança negra diz ser inadmissível aceitar este tipo de ideia e atividade pedagógica dentro de uma escola. “Vou explicar melhor, na foto fica bem claro que negros tem “cabelo de Bombril.” Quem já sofreu como eu e outros milhões de negros sabe a dor que sentimos quando nos deparamos com este tipo de comparação. É inadmissível aceitar que a idéia foi por pessoas adultas e que são estudadas,” escreveu em seu instagram.

Karla diz que ficou bastante preocupada com o que passou filha ao fazer este tipo de atividade pedagógica.” Fico imaginando o que minha filha está pensando sobre isso e nas crianças que tiveram que produzir esse trabalho. Aqui fica minha dor e tristeza porque sou uma mãe e essa luta que temos que mostrar que não temos cabelo de Bombril é de  anos,” conclui.

Ela pediu explicações e providências da Secretaria Municipal de Educação do município e também disse que  registrou Boletim de Ocorrência na Polícia, seguindo orientações junto com a mãe de outro aluno negro, da  Associação de Igualdade Racial de Almirante Tamandaré

Em nota, o Secretário de Educação de Almirante Tamandaré , Juciê Pereira, disse que, assim que tomou conhecimento da denúncia, entrou em contato com a equipe pedagógica da escola e que o assunto será encaminhado à Comissão de Sindicância.

 

Edição: Lia Bianchini