Rodrigo Tomazini e Amabile Marchi são profissionais da rede pública estadual no Paraná. Ela, professora e ativista em defesa dos direitos das pessoas com deficiência, ele, funcionário de escola e engajado nas lutas em defesa de políticas públicas e melhorias na educação. Ambos debateram suas propostas no programa BdF Eleições, produzido pelo Brasil de Fato Paraná.
Amabile Marchi (PCdoB) é candidata à deputada federal, trazendo como principal conteúdo programático o que ela chama de olhar social para a pessoa com deficiência (PCDs): uma luta por direitos, contra o capacitismo, que é o preconceito contra PCDs, e contra o assistencialismo, que entende a deficiência somente pelo olhar do "defeito" que precisa de tratamento.
“O modelo social de deficiência entende que a deficiência acontece no encontro de uma sociedade capacitista, em que não existe acessibilidade no seu entorno, que não provê maneiras dessas pessoas estarem inseridas nos ambientes sociais, no encontro de um corpo que tem suas limitações. É diferente do modelo médico que a direita geralmente assume, que fala que a deficiência é um corpo defeituoso, que precisa de cura. A gente entende que a sociedade precisa ser mudada também”, afirmou.
A ativista é mãe de dois filhos portadores de autismo e coordena o Instituto Lagarta Vira Pupa. Amabile contou que quando seu filho mais novo foi diagnosticado, ela percebeu que deveria se movimentar como uma pessoa que luta pelos direitos das pessoas autistas, por se sentir acolhida também por outras mães e para abrir portas para que no futuro seus filhos possam, eles próprios, lutar por seus direitos. “Eu entendo que eu preciso lutar por uma sociedade forte, uma sociedade que não deixa ninguém pra trás”, disse.
Contra os retrocessos na educação
É com a pauta da educação que Rodrigo Tomazini (PSOL) faz sua principal bandeira de luta para chegar à Assembleia Legislativa do Paraná. Além da experiência de outras candidaturas em eleições anteriores, Tomazini destacou sua atuação nas lutas junto aos movimentos populares e sindical. Entende, também, como fundamental denunciar que o governo estadual de Ratinho Junior (PSD) representa o bolsonarismo no Paraná.
“O Ratinho é uma mola propulsora do Bolsonaro no Paraná. Representa, para a educação, o obscurantismo, o ataque à ciência, o negacionismo. Olha a responsabilidade pelo número de mortes pela forma como conduziu o combate à covid. Uma condução totalmente negacionista. O ataque às universidades públicas, corte de investimentos, isso é reflexo também no Paraná”, pontuou.
Reconstruir o país
Derrotar o bolsonarismo e todos os processos de violência desencadeados com esses anos de governo Bolsonaro na presidência e de Ratinho Junior no governo estadual é pauta comum dos dois candidatos.
“Eu tenho dito muito que nós precisamos nos unir para derrotar o Bolsonaro e o bolsonarismo nas ruas, nas urnas e também nas redes. Esse processo não vai terminar em outubro ou em janeiro, o projeto deles continua, tem raízes internacionais, essa luta vai continuar”, afirmou Rodrigo.
Ao abordar violência de gênero, de raça, contra as pessoas com deficiência, contra as pessoas LGBTQIA+, Amabile defende fortalecer candidaturas de esquerda. “A gente precisa plantar na população uma esperança. Mostrar que a gente pode ser uma sociedade melhor. E para isso a gente precisa de um Congresso forte para a reconstrução do Brasil”.
:: O BdF Eleições é transmitido ao vivo pelo Brasil de Fato Paraná todas as terças, às 11h30. Assista à íntegra da entrevista com Amabile Marchi e Rodrigo Tomazini ::
Edição: Ana Carolina Caldas