A cantora popular Laudicéia Gomes, conhecida como Laudy Gomes, alia a sua luta como moradora da ocupação Nova Guaporé 2, no bairro Campo Comprido, em Curitiba, ao mesmo tempo em que empunha seu violão, com fortes canções autorais e uma voz inconfundível.
Esse arsenal artístico, ao lado de artistas convidados, estará a serviço da campanha pela reconstrução do Atelier Linha da Esperança, espaço de produção das mulheres da Guaporé, e também um espaço de reforço escolar e arte na comunidade. Um lugar coletivo, que há pouco tempo completou um ano, mas que precisa reerguer sua estrutura.
A live em apoio ao Atelier acontece no dia 9 de julho (sábado), às 11h, com transmissão ao vivo pelo Brasil de Fato Paraná e pelo SOS Vila Torres, organização ligada aos Redentoristas, apoiadores também da ocupação.
A organização é do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD) e da União de Moradores (UMT).
Participam de bailarinas, como Tatiana Araújo, do colégio estadual do Paraná (Dancep); e também os músicos Susi Monte Serrat, Dionwill, Vagoo MC, Sole, Black Binho e Sorrateiro.
“É uma live com grande importância. Precisamos de ajuda para o Atelier Linha da Esperança. Vamos podemos gerar renda para as mães da comunidade por meio do Atelier. Convidem pessoas e assistam a gente, vai ser um momento muito importante”, convoca a artista.
Para depósito em conta e apoio ao Atelier:
Pix: 4199343280
ou
(Andréia de Alfaz Paulo - favor descrever no item: live)
Laudy Gomes: seus temas e lutas
"É uma live com grande importância. Precisamos de ajuda para o Atelier Linha da Esperança. Vamos podemos gerar renda para as mães da comunidade por meio do Atelier" / Pedro Carrano
Nascida em Curitiba, na vila Lindoia, mudou-se com os irmãos para a comunidade Guarituba, em Piraquara, onde desde cedo desenvolveu o gosto pela música e pelo esporte.
Mãe de dois filhos, Isaac, de 13 anos e Duda, de 5 anos, Laudy, entre tantas atividades,é professora de música e canto, realizou vários trabalhos, sempre voltados para as crianças.
Laudy é cantora e compositora, integrante do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD) e participa também da Rede de Mulheres Negras.
Letrista e compositora de várias canções, recentemente gravou 10 faixas, apresentadas em Festival Cultural de Ribeirão Preto. Agora tem na live em apoio ao Atelier Linha da Esperança uma segunda experiência de transmissão.
Ela é autora de versos profundos como este abaixo:
“Quando você fechar os seus olhos
e medir o universo
Saberá que não dá para medir
As estrelas não dá pra contar
O universo não dá pra medir
esse amor que eu sinto por você
é infinito”
Suas composições fazem denúncia contundente do racismo: “O racismo é triste no Brasil, estudando a história dos negros, me fez querer lutar pelos negros. O racismo começa na escola, não quero que as crianças de hoje passem o que eu passei na escola”, afirma.
Laudy canta:
“Sou a resistência
Sou a minha cor
Sempre lutando não vamos parar
Saia da frente que vamos passar”
Edição: Lia Bianchini