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Editorial | O rumo dos ventos na América Latina 

Organizações populares devem reforçar sua organização, seu programa e a pressão pelas mudanças necessárias

Curitiba (PR) |
O segundo turno presidencial da Colômbia será disputado no dia 19 de junho entre o candidato de unidade da esquerda, Gustavo Petro, e o conservador, Rodolfo Hernández - Joaquin Sarmiento /AFP

O segundo turno na Colômbia, entre a chapa popular de Gustavo Petro e Francia Márquez (Pacto Histórico), com cerca de 40% dos votos, contra o empresário e político de extrema-direita, Rodolfo Hernández, com cerca de 28%, coloca frente a frente dois projetos opostos.

A vitória da esquerda será um fato notável em país marcado por décadas de neoliberalismo e um Estado repressor, ligado ao tráfico e aos paramilitares, assassinando lideranças populares.

Desde 2020, a pandemia ampliou a crise política, social e econômica nos países de nossa América, com desemprego e fome em vários países. A reação nas ruas, contra um modelo desigual e em crise, abriu alas a novos governos populares no Chile, Peru, Bolívia, antes disso no México e Argentina, e esperamos que agora na Colômbia com Petro e com Lula no Brasil.

Os desafios para esse novo período: a luta de classes se intensificou, em países como Brasil, Argentina e Chile candidatos neofascistas se afirmaram com base social. A economia será instável e, como se vê no Peru, a mídia liberal e a extrema direita buscam travar qualquer reforma.

Portanto, a eleição de governos de esquerda envolve o desafio de convocatória às massas, o fomento à organização a partir de ferramentas de geração de renda. E as organizações populares devem reforçar sua organização, seu programa e a pressão pelas mudanças necessárias.

Edição: Pedro Carrano e Lia Bianchini