Paraná

Edição 255

Editorial | Deu na “Time”

Um dos assuntos mais comentados nas redes sociais foi a entrevista da revista estadunidense “Time” com Lula

Curitiba (PR) |
Ex-presidente na capa da Time, uma das mais conhecidas revistas de notícias semanais do mundo, publicada nos Estados Unidos - Reprodução/Twitter

Na ditadura militar, muitas vezes, brasileiros tinham de ler na imprensa estrangeira o que se passava no Brasil. Inflação, por exemplo, era assunto proibido. Como tortura e outras atrocidades. Embora censurados em determinado período, em outros, muitos veículos aceitavam fazer o “serviço sujo” e ganhavam dinheiro com isso.

Na última semana, dois fatos mostram como muitos ainda se comportam. A decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU, de 28 de abril, de que o ex-presidente Lula teve violados seus direitos políticos, a garantia a um julgamento imparcial e a privacidade na Lava Jato não foram capa de nenhum jornal que estampava sua condenação e prisão nas manchetes principais.

Outro fato, este um dos mais comentados nas redes sociais, foi a entrevista e a capa da revista estadunidense “Time” com o ex-presidente. Na apresentação, é destacado que Lula “encerrou com taxa de aprovação de 83%.” E que um novo mandato implicaria: “Reavivar uma economia debilitada, salvar uma democracia ameaçada e recuperar uma nação marcada pela segunda maior taxa mundial de mortalidade ligada à Covid-19 e por dois anos de gestão caótica da pandemia.” Alguém leu isso, com todas essas letras, nos textos da mídia corporativa brasileira? Podemos adivinhar os motivos.

Edição: Lia Bianchini