Paraná

Novo pedágio

Deputados entram com medida cautelar para suspender licitação do novo pedágio no Paraná

“Mudança na modelagem não passou pelo crivo da população e não prevê um pedágio justo", diz Arilson Chiorato (PT)

Curitiba (PR) |
“E já sabemos, porque a matemática não permite margem para erros, que o pedágio vai ficar mais caro", alerta deputado Arilson Chiorato (PT) - Foto: Geraldo Bubniak/AEN

O deputado Arilson Chiorato (PT) entrou com uma medida cautelar, nesta quarta-feira (02), no Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo a suspensão do processo de licitação do novo modelo de pedágio do Paraná, que está em análise no órgão.

O pedido de suspensão, que também é assinado pelo deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB), é embasado na mudança de modelo econômico e também na ausência de documentos essenciais, como de projetos técnicos das obras e de estudos com os valores das desapropriações, entre outros.

“Só a ausência desses dois documentos já coloca em xeque a proposta do novo pedágio. Como calcularam os valores das tarifas se não sabem precisar o custo das obras nem das desapropriações? Além disso, não constam os responsáveis técnicos dessas obras. Não podemos fechar os olhos para falhas como essas”, alerta o deputado Arilson.

Sobre a modelagem, na apresentação de fevereiro de 2021, o Governo Federal apresentou um modelo híbrido de concessão onerosa, porém, em agosto, o Ministério da Infraestrutura apresentou uma nova proposta, que não foi discutida em audiências com a população.

“A mudança na modelagem não passou pelo crivo da população e, além disso, não prevê um pedágio justo. Ao contrário, prevê uma cobrança de milhões de reais a cada percentual de desconto concedido, ou seja, quem quiser oferecer descontos, mesmo comprovando capacidade técnica e operacional, será prejudicado, o que trará prejuízos também aos usuários”, pontua o deputado.

Na avaliação dos parlamentares, o trâmite deveria voltar para Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para ser realizada nova audiência pública para consulta da população, uma vez que a proposta atualmente em análise do TCU é completamente diferente da apresentada no início do ano passado.

“É inaceitável ver um processo permeado por vícios seguir tramitando nas esferas públicas. O pedágio impacta a vida de todos e a população precisa ter acesso às informações”, afirma.

O deputado Arilson observa que a proposta que é defendida pelo Governo do Estado e pelo Governo Federal prevê 15 novas praças, aumento de 40% após a entrega das obras, um contrato de 30 anos prorrogáveis por mais cinco anos, além de obras em duplicidade.

“E já sabemos, porque a matemática não permite margem para erros, que o pedágio vai ficar mais caro. O desconto no leilão não será suficiente para baixar as tarifas em longo prazo”, alerta o deputado petista.

*Com informações da comunicação da Alep.

Edição: Lia Bianchini