Paraná

Dignidade

Famílias de ocupações rurais e urbanas do Paraná reivindicam acesso a serviços essenciais

Pauta de reivindicações foi entregue ao Ministério Público, pela deputada Luciana Rafagnin (PT)

Curitiba (PR) |
Burocracia e falta de regularização fundiária são alguns dos motivos que têm colocado inúmeros obstáculos no atendimento às famílias - Foto: Bruno Soares

O Ministério Público do Paraná recebeu uma pauta de reivindicações de famílias que vivem em condições precárias em ocupações rurais e urbanas do Paraná. O documento foi entregue pela deputada estadual Luciana Rafagnin (PT), em reunião com o Procurador de Justiça do Ministério Público, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção aos Direitos Humanos (CAOP).

Entre as principais reivindicações, está o acesso à energia elétrica em quatro ocupações rurais e urbanas nas regiões Sul e Sudoeste do Paraná, onde pelo menos 150 famílias vivem em condições precárias.

A burocracia e a falta de regularização fundiária nessas áreas são alguns dos motivos e alegações institucionais que têm colocado inúmeros obstáculos no atendimento às famílias. As reivindicações partem das comunidades: Ocupação Urbana Marielle Franco, em Palmas; Acampamento Vitória do Contestado, em General Carneiro; Acampamento Terra Livre, em Clevelândia, pertencente às áreas da massa falida da Olvepar, e a comunidade do Acampamento São João Paulo II – Fazenda Cachoeira, no distrito de São Francisco de Salles, também em Clevelândia.

Parte dessas comunidades já têm pedidos anteriores formulados junto à Companhia Paranaense de Energia (Copel) e ao Governo do Estado no sentido de assegurar esse direito da população.

Outras demandas

No Acampamento Vitória do Contestado, em General Carneiro, as 48 famílias reclamam da falta de energia elétrica, mas também da necessidade de adquirirem o Cadastro de Produtor Rural (CAD/PRO), para, inclusive, poderem ter acesso aos benefícios previdenciários.

O MP publicou, neste ano, uma nota técnica orientando as prefeituras a incluírem famílias que vivem em pré-assentamentos, posseiros e filhos de assentados da reforma agrária no CAD/PRO, para reconhecimento de atividade agropecuária e para assegurar o direito de venderem formalmente os alimentos que produzirem e pagarem tributos.

Assim como as famílias acampadas de General Carneiro, outras 35 famílias que vivem no Reduto Caraguatá, em Paula Freitas, enfrentam os mesmos obstáculos para ter acesso ao CAD/PRO e, consequentemente, exercerem seus direitos de cidadania.

Ainda no acampamento de General Carneiro, outro questionamento diz respeito à suspensão do fornecimento de cestas básicas por parte do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), enquanto política assistencial e de combate à fome.

O Ministério Público acolheu a pauta e comprometeu-se a analisar a melhor forma de encaminhar as reivindicações dos agricultores familiares.

Edição: Lia Bianchini