Paraná

NOTA PÚBLICA

Opinião | Novo tarifaço do governo Bolsonaro na conta de luz

Nota do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)

Curitiba (PR) |
O caos no setor elétrico se dá porque o governo permitiu que as empresas do setor operassem as usinas ao ponto de esvaziar completamente os reservatórios brasileiros - Foto: Giorgia Prates

Bolsonaro acaba de autorizar novo aumento de 50% nas Bandeiras Tarifárias de Energia Elétrica. A medida vai obrigar a população a pagar mensalmente uma taxa de R$ 14,20 para cada 100 quilowatts-hora (KWh) consumido. A cobrança da taxa, por enquanto, valerá até abril de 2022.

O novo aumento nas contas de luz via Bandeiras Tarifárias causará um impacto de R$ 3,45 bilhões por mês a mais no bolso dos consumidores de energia elétrica. Ao final dos 8 meses que a taxa máxima vigorará, o povo terá desembolsado R$ 27,6 bilhões por este mecanismo.

A consequência será um enorme gasto a mais em cada conta de luz por parte dos trabalhadores brasileiros. Este gigantesco volume de recursos que o governo vai recolher por meio das contas de luz será destinado a cobrir as receitas econômicas das próprias empresas do setor elétrico e até subsidiar grandes consumidores de energia elétrica (ver Portaria nº 22/2021/MME).

Ou seja, o povo está sendo taxado nas contas de luz para que os donos da energia e as grandes indústrias lucrem alto em plena crise elétrica que se soma à crise na economia nacional.

O caos no setor elétrico se dá porque o governo permitiu que as empresas do setor operassem as usinas ao ponto de esvaziar completamente os reservatórios brasileiros e, com isso, criassem um ambiente de falta de energia, justificando esta explosão nas tarifas que eleva os lucros empresariais.
O governo alega que o aumento está sendo causado pela falta de chuva – uma falsidade, quando se revelou que o esvaziamento foi produzido pela política energética adotada pelo próprio governo.

De acordo com a Agência Internacional de Energia (EIA), a tarifa residencial brasileira é a segunda mais cara do mundo. Isso em um país que tem a produção baseada na hidroeletricidade, considerada a energia de menor custo de produção. Com os novos aumentos, certamente o país assumirá o ranking de energia mais cara do cenário internacional.

O povo não pode e nem deve pagar a conta do caos causado por este governo.

Este texto foi editado para a edição 227 do Brasil de Fato Paraná. A nota completa está aqui

Edição: Pedro Carrano