Dói no bolso

Conta de luz tem taxa extra de R$ 14,20 e bandeira tarifária 50% mais cara a partir de setembro

Nova alíquota surge em meio à crise hídrica e deve provocar aumento médio de 6,78% na cobrança de energia do brasileiro

Brasil de Fato | Fortaleza (CE) |

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Imposição de nova bandeira tarifária pela Aneel provocará aumento médio de 6,78% nas contas de energia no país, segundo as previsões - Marcelo Camargo /Agência Brasil

A conta de energia do brasileiro ficará mais cara a partir de setembro, com a criação de uma nova bandeira tarifária que prevê taxa extra de R$ 14,20 para cara 100 kWh consumidos. O valor é 49,6% mais alto que a bandeira vermelha de patamar 2 (R$ 9,492) e começa a ser cobrado nesta quarta-feira (1º), ficando vigente até abril do próximo ano.

A medida foi anunciada nesta terça (31) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que batizou a nova alíquota de bandeira da “escassez hídrica”. A iniciativa provocará um aumento médio de 6,78% nas contas de energia.

A decisão surge no contexto da maior crise hídrica dos últimos 91 anos no país, que reduziu a produção de energia nas hidrelétricas, responsáveis por cerca de 90% da geração do país.

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Ao comunicar oficialmente a mudança, a Aneel mencionou a existência de um déficit de arrecadação superior a R$ 5 bilhões e destacou os custos elevados para a produção de energia, especialmente a proveniente de termelétricas. O acionamento desse tipo de usina veio nos últimos meses, no contexto da crise, que precede o período de menores índices de chuva no país.   

Não vinculadas diretamente à tarifa de energia, as bandeiras tarifárias são aplicadas no país e adicionadas aos boletos mensais de acordo com as condições de geração de energia no setor elétrico a cada momento.

Em condições mais vantajosas de produção, a Aneel utiliza a chamada “bandeira verde”, que não impõe acréscimos. Num cenário em que há alerta e preocupação com a questão, é aplicada a “bandeira amarela”, enquanto a Aneel se baseia pelas bandeiras vermelhas 1 e 2 quando o contexto de geração de energia está mais crítico. 

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Edição: Vinícius Segalla