Paraná

Futebol masculino

A volta dos que não foram

Torneio que não serve para nada mostra que não se pode esperar nada dos jogadores da seleção

Curitiba (PR) |
Na terça (8), Brasil venceu o Paraguai por 2x0 - Foto: Lucas Figueiredo

Em campo, a campanha brasileira perfeita. Seis vitórias em seis jogos nas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo 2022, a última na terça (8), por 2 a 0 sobre o Paraguai, lá no Defensores del Chaco. Fora, o vexame de publicar uma “nota de repúdio” em relação à Copa América que não diz coisa com coisa.

O título desta coluna, uma brincadeira infantil com títulos de filmes impossíveis, também poderia ser o da nota publicada. Mostrando mais uma vez que não se pode esperar da maioria dos jogadores brasileiros nada além da habilidade com a bola dentro de campo.

O técnico Tite começou na semana passada a botar lenha na fogueira de um possível boicote a esta copa que não vale nada, além de dinheiro para patrocinadores. Disse que a posição seria conhecida após a partida contra o Paraguai. O capitão do jogo contra o Equador, Casemiro, foi na mesma linha e, em tom grave, disse que a posição dos jogadores já era conhecida e só faltava a partida seguinte para ser comunicada, botando lenha na fogueira do boicote.

O que mudou desde então? O afastamento do presidente da CBF, Rogério Caboclo, por denúncias de assédio moral e sexual. As denúncias são graves e devem ser punidas na CBF, na Justiça comum e na cível. Mas então quer dizer que com a mudança de presidente não há quase 500 mil mortes por Covid-19 no Brasil? Que uma copa que não vale nada no meio de uma pandemia mundial pode acontecer, prejudicando e expondo a risco os próprios jogadores?

A nota é ridícula por ser insípida e inodora, aparentemente feita para agradar os bolsonaristas da seleção, como Neymar. Tem bobagens como “Quando nasce um brasileiro, nasce um torcedor... Somos um grupo coeso, mas com posições distintas... É importante frisar que em nenhum momento quisemos tornar essa discussão política.” É de envergonhar. Melhor não ter escrito nada.

Edição: Lia Bianchini