Paraná

MEIO AMBIENTE

Ambientalistas fazem ato em frente Alep em defesa das Araucárias

Manifestação nesta quarta (24) levará três toneladas de toras em frente à Alep e Palácio Iguaçu

Curitiba (PR) I Porém.NET |
Manifestantes querem chamar atenção sobre a devastação das araucárias no estado - Nani Góis/ALEP

Nesta quarta-feira (24), Dia Nacional da Araucária, das 11h às 15h, um ato em defesa da Floresta com Araucária e do patrimônio público natural estadual e federal ocorre em frente à Assembleia Legislativa do Paraná, no Centro Cívico, em Curitiba. Por causa do distanciamento social, apenas os organizadores do evento estarão presentes no local.

Quase três toneladas de toras de araucárias serão levadas por um caminhão até a frente da Assembleia Legislativa e do Palácio do Governo do Paraná, em protesto à ausência de políticas públicas eficientes e capazes de proteger o pouco que sobrou de Floresta com Araucária e Campos Naturais no Estado e no Brasil. Depois de décadas de exploração irresponsável e ausência de fiscalização, resta menos de 1% de Floresta com Araucária em bom estado de conservação. A situação dos Campos Naturais, outro ecossistema associado ao bioma Mata Atlântica, é igualmente dramática. Estudos indicam que, hoje, existem menos de 0,24% de Campos em relação às porções originais que um dia ocuparam o Estado.

As toras vêm de Piraquara e são partes de araucárias que precisaram ser cortadas pela prefeitura do município, porque representavam risco de queda em moradias. Outras caíram pela força de temporais. O ato em frente à Assembleia e o transporte das toras têm as autorizações necessárias para serem feitos.

O protesto busca chamar a atenção da sociedade e do poder público para as ameaças constantes que a conservação da natureza sofre no Paraná e também no Brasil. Recentemente, a multinacional francesa Engie, em plena fase reprodutiva da araucária, derrubou dezenas de exemplares da árvore em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, com a intenção de instalar mais de mil torres de energia elétrica em áreas naturais de 24 municípios paranaenses, muitas, passando por cima da Área de Proteção Ambiental (APA) da Escarpa Devoniana. As árvores, algumas centenárias, foram derrubadas em desrespeito à legislação estadual, que proíbe qualquer corte da araucária em época reprodutiva. Ironicamente, o projeto da Engie se chama “Gralha Azul”, a ave dispersora do pinhão.

Proteste em casa

O convite é para que todas as pessoas que desejem apoiar o ato acompanhem e interajam de modo online. Ele será divulgado ao longo do dia no Instagram do Observatório de Justiça e Conservação (OJC) (@justicaeco), que também vai promover uma live às 12h30 para explicar os detalhes da ação. Lives também serão feitas ao longo do dia nas redes sociais da cantora e compositora Raissa Fayet (@raissafayet) e do movimento #ParePresteAtenção (@pare.presteatencao), parceiros do ato.

Edição: Gabriel Carriconde