Paraná

SAÚDE

Servidores e moradores protestam contra fechamento de UPA Pinheirinho

Na manhã de hoje (23), comunidade critica decisão de prefeito Rafael Greca (PMN)

Brasil de Fato I Curitiba (PR) |
Comunidade se reúne na frente da UPA para protesto
Comunidade se reúne na frente da UPA para protesto - Pedro Carrano

Ao meio dia de hoje (23), representantes de associação de moradores, servidores públicos municipais e representantes do Conselho distrital de saúde do bairro Pinheirinho, região sul de Curitiba, criticaram anúncio feito pelo prefeito Rafael Greca (PMN), no dia 19 de outubro, de fechar as atividades da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Pinheirinho, a partir de 4 de novembro.

A justificativa oficial? Para a prefeitura, não haveria demanda necessária de atendimento em saúde na região, garantida por outras UPAs. Com isso, a unidade se transformaria em unidade especializada em emergências psiquiátricas. 

Não houve até o momento reunião entre comunidade e gestão municipal. Hoje, às 18h, está prevista reunião do Conselho distrital de Saúde, com a presença da secretária municipal, Marcia Huçulak, informa o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), uma das entidades presentes no ato. 

Todos ali presentes discordavam da medida de Greca. De acordo com o relato de um morador local: “Eu estava com pressão alta e fui atendido aqui. Podia ter enfartado. Essa UPA não pode fechar”, disse, ao megafone, no ato.

Neoli Aparecida, presidenta da associação de moradores Vila Parque Industrial, relata que há demanda por atendimento, tanto que filas são comuns na unidade. “A UPA aqui é nossa salvação. Porque geralmente nas unidades de saúde básicas não tem médico todos os horários. A maioria da população vem à UPA”, diz.

Já João Eleonor, integrante do Conselho distrital de Saúde, critica a falta de diálogo até o momento. “Tivemos uma reunião aqui na UPA, a qual temos mensalmente, para discutir ações e melhorias, e não foi falado nada, a reunião aconteceu no dia 17. Porém, dois dias depois, sai na imprensa o fechamento da UPA, uma falta de respeito com a população”, critica.

Ampliação

Ivani Amaro dos Santos, integrante da direção do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), explica que os servidores municipais querem pressionar a prefeitura para que não haja fechamento – e sim ampliação. “Queremos a valorização do servidor. Não adianta fechar estabelecimento de saúde se a população está precisando do atendimento. Então, a nossa não concordância é que seja ampliado um serviço de saúde e não fechada uma UPA que atende mais de 600 atendimentos, às vezes no mês. A população que vai sofrer com isso”, afirma Ivani, complementando que a abertura de unidade psiquiátrica, prevista para primeiro de dezembro, não deve ser feita às custas de um fechamento de uma UPA. Critica também o fato de outras unidades operarem sem condições, caso da UPA CIC, reaberta recentemente. 

Versão da prefeitura

De acordo com matéria no site da prefeitura de Curitiba, a iniciativa de instalação no local de unidade especializada em emergências psiquiátricas reforça o atendimento numa área que exige atuação mais especializada. O novo espaço seria referência às demais UPAs e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) nesse tipo de atendimento e estabilização clínica dos pacientes.

Procurada pela reportagem a partir dos protestos, a assessoria de comunicação da prefeitura informa que a decisão não será revertida e que outras unidades estão disponíveis, citando a UPA Fazendinha. “Está prevista a mudança para 4 de novembro, prazo cumprido com antecedência, todos estão sendo informados na unidade, justamente para não ter ninguém desavisado”, informa.

Edição: Pedro Carrano