A Professora Angela, candidata a vereadora pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) foi eleita com 6294 votos como vereadora em Curitiba. É a primeira vez na história do PSOL que uma candidatura se elege para o legislativo da cidade.
Foi no dia da violência do governo Beto Richa (PSDB) contra os professores, conhecido como o “Massacre do Centro Cívico”, em 29 de Abril de 2015, que a professora da rede estadual de ensino, Ângela Alves Machado, diz ter sido um divisor de águas em sua vida e de lá começou a se envolver mais ativamente na política partidária. Uma imagem dela correndo em frente ao pelotão da polícia que reprimia os manifestantes ficou conhecida e ela procurada pela imprensa por essa foto.
E, foi justamente neste momento que ela se decide filiar-se ao PSOL. “Entrei no PSOL em 2015, logo após o Massacre do Centro Cívico, senti que eu precisava militar organizadamente num partido e escolhi o PSOL, que é o partido que carrega as bandeiras que acredito. De lá pra cá, venho trabalhando na construção desse partido,” conta Angela.
Da filiação, o seu nome internamente no PSOL começou a ser colocado para que concorressem as eleições. Primeiro, foi candidata à governadora do Paraná, em 2022, e nas eleições de 2024, foi uma das candidaturas prioritárias do partido no Paraná.
“Decidi me candidatar por acreditar que a política é uma ferramenta, uma capacidade necessária para transformar toda essa realidade injusta que a gente vive. Eu não tenho herança política, não tenho padrinhos políticos, não sou empresária. Faço uma caminhada autônoma com movimentos sociais. Decidi me candidatar justamente porque acredito que Curitiba precisa de um mandato verdadeiramente socialista e comprometido com a classe trabalhadora, que seja um polo de articulação das lutas, debate crítico e proposição para a cidade. Um lugar para lutar contra a violação dos nossos direitos. É necessário que pessoas como nós ocupemos os espaços institucionais,” diz Angela.
Em entrevista anterior ao Brasil de Fato Paraná, a vereadora eleita do PSOL Curitiba conta que foram seus pais que lhe ensinaram a ter consciência política. “Sou filha de um pedreiro e de uma costureira que sempre me ensinaram a ter consciência de classe. Sempre fui sindicalizada e militante da educação, sempre estive na defesa da educação,” diz.
PSOL na Câmara Municipal de Curitiba
Ângela diz saber que o momento é difícil em Curitiba, mas está preparada para enfrentar o avanço da extrema direita e a política do ódio.
“Ficamos muito felizes em conquistar o primeiro mandato em Curitiba. É uma demonstração de que existe espaço para as nossas lutas e ideias. Ao mesmo tempo, o cenário na cidade é duro. A extrema-direita avançou e teremos pela frente um desafio árduo de combater o conservadorismo e a política de ódio. Mais do que nunca, um mandato do PSOL será muito necessário,” diz. Para ela, as pautas centrais a serem trabalhadas em seu mandato serão educação, mulheres e direito à cidade.
“Precisamos pensar uma Curitiba para as mulheres e mães trabalhadoras, para a juventude, para o povo. Queremos ser um mandato conectado aos movimentos sociais e que ecoe na Câmara as lutas das ruas,” conclui.
Edição: Lucas Botelho