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Curitiba pode ter direita e extrema direita no poder

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Apelando ao discurso anti-sistema, Cristina Graeml pode surpreender nesta reta final. - Foto: Denis Ferreira Netto / Plural
O apelo é pelo voto útil contra uma derrota histórica neste momento

A aparição do ex-presidente Jair Bolsonaro na campanha de Eduardo Pimentel não é aleatória. Ela tem o objetivo de frear a candidatura de extrema direita de Cristina Graeml. Pesquisas internas de partidos apontam para o crescimento dela na reta final, tomando votos das desidratadas campanhas de Ney e Maria Victoria. A ascensão liga a luz verde amarela de Pimentel, que não previa essa adversária, e vermelha na campanha Ducci/Goura, que pode ficar de fora do segundo turno.

Projeções apontam que a agressividade de Cristina contra Eduardo Pimentel nas redes e grupos têm surtido efeito no voto conservador e conspiratório. Este eleitorado é indiferente a uma campanha baseada em propostas. A ideia fixa é derrotar Lula e o PT. Para isso, atacam até o bem avaliado prefeito Rafael Greca em uma ideia alucinada de que ele é de esquerda.

Usando as redes, mesmo sem tempo de TV e dinheiro de campanha, Cristina pode estar atingindo votação acima dos 10%, de acordo com pesquisas partidárias internas.

Perigo para Ducci e Goura. Fontes da campanha até avaliam se mudam o discurso. Se mantém o otimismo de que a votação atual já garante o segundo turno ou se é necessário fazer um alerta para o eleitorado "desgarrado". O foco seria os votos de esquerda de Requião, Andreia Caldas e Luizão. O apelo é pelo voto útil contra uma derrota histórica neste momento. 

Sempre é bom resgatar que Greca, um anti bolsonarista, ganhou há quatro anos de lavada no primeiro turno. Mas era um cenário que o PT não tinha a máquina federal. Agora, a derrota já no primeiro turno no principal colégio eleitoral fortalece ainda mais a extrema direita em Curitiba e no Paraná.

Outro ponto é um puxão de orelha nos "petistas raiz" que não entraram de cabeça na campanha da Federação e tem apoiado e até feito parte da franciscana campanha de Requião. Até porque, gostem ou não, Ducci/Goura adotaram uma agenda progressista. 

O jogo é de xadrez e tem “pombos” movimentando as peças no tabuleiro.


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**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Lucas Botelho