Marinete Silva, advogada, membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ e mãe da vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada em 2018, esteve em Curitiba nesta terça-feira (03) para o lançamento da Agenda Marielle Franco. O evento, realizado na APP-Sindicato, contou com a participação de representantes políticos e diversas candidaturas que se inspiram no legado de Marielle.
A Agenda Marielle Franco é um guia que apresenta práticas e compromissos políticos voltados para o fortalecimento de pautas antirracistas, feministas, LGBTQIAPN+, periféricas e populares. Além de propor essas ações, o guia prevê uma estratégia de acompanhamento das candidaturas que se comprometerem com essas diretrizes e forem eleitas, com o objetivo de garantir o fortalecimento de mandatos de mulheres negras cis, trans, travestis, pessoas LGBTQIAPN+ e periféricas no período de 2025 a 2028.
Durante entrevista ao Brasil de Fato Paraná, Marinete Silva destacou que a agenda é dedicada às mulheres que se espelham no legado de Marielle Franco e que continuam a semear sua história. "A agenda não se resume somente em uma vida política, mas propõe que o candidato tenha o propósito de mudança em sua prática cotidiana", afirmou.
O Legado de Marielle Franco
Marinete ressaltou o impacto duradouro da trajetória de sua filha no cenário político, especialmente na ampliação de candidaturas femininas e minoritárias. Para ela, Marielle se tornou um símbolo de resistência e inspiração, e continua motivando muitas mulheres a reivindicarem seus espaços na política.
"As pessoas infelizmente ainda têm esse olhar de que o lugar da mulher negra não é na política, mas estamos rompendo essa bolha a partir da história da Marielle e tantas outras mulheres negras fazem história nesse espaço", acrescentou Marinete.
Como mãe, Marinete Silva destacou que o principal valor que transmitiu para sua filha foi a valorização da vida e o espírito comunitário. "Plantamos essa raiz em casa e está florescendo cada vez mais. E esse é o legado que ela deixa", disse.
"Quando eles tombam a minha filha não quer dizer que a família paralisou, nós estamos aqui. Eu que sou a mãe dela estou aqui, com 73 anos, lutando para que essa memória seja lembrada no Brasil e no mundo".
Edição: Mayala Fernandes