Paraná

Coluna

Pela Palestina. E urgente

Imagem de perfil do Colunistaesd
Luta Palestina pela independência é histórica; população sofre com o massacre promovido por Israel em Gaza desde início de conflito em 7 de outubro - Foto: Thomas Coex/AFP
Que a sensação de impotência não nos permita nem por um dia abandonar a bandeira da Palestina

Relatos profundos, imagens, depoimentos cortantes e notícias vindas da faixa de Gaza, de Rafah, Cisjordânia e de todo o território Palestino indicam que a linha do genocídio já está sendo cumprida há muito tempo.

Como bem estão dizendo analistas, caso de Breno Altman, ou então a Federação Árabe Palestina no Brasil (FEPAL), é preciso um freio para uma política de extermínio dirigida pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. As vozes no parlamento de Israel contrárias são residuais. O governo Biden, em que pese alguns incômodos com a pressão política internacional, não retira o financiamento e o armamento fornecido ao genocídio.

A mídia empresarial novamente deixa o mundo de ponta-cabeça, como dizia o escritor uruguaio Eduardo Galeano. Uma guerra genocida é abordada como se fosse uma defesa legítima do Estado de Israel - sustentada no velho argumento do terrorismo.

Por outro lado, a guerra defensiva empreendida pelo governo russo na Ucrânia, por sua vez, é abordada como se fosse um massacre, quando diante do avanço da Otan, o exército russo defendeu as fronteiras da população russófona, retomou posições, e não tem como orientação o ataque a civis e aparelhos essenciais como hospitais. Uma comparação sobre guerras tão diferentes ao menos nos mostra a disposição dos meios empresariais de aliviar o massacre no caso palestino, e inventar um massacre em uma guerra de fato defensiva.

Na Palestina, em 240 dias de guerra, sabe-se que mais de 20 hospitais já foram destruídos e 16 funcionam parcialmente. Como narrou uma enfermeira estadunidense, Mônica Johnson, que passou um período em Rafah: “Cuidamos de pessoas bombardeadas com tylenol”.

As condições são abaixo de qualquer conceito de humanidade. O número de mortos alcança 36.379. No total, 125 mil civis palestinos foram mortos ou feridos, a maioria dos quais são mulheres e crianças. Em comparação com a população brasileira, a Fepal faz o comparativo que, nesse meio tempo, seria como se tivessem morrido quatro milhões de brasileiros.

A Fepal ainda declara:

"As crianças assassinadas já passam de 20 mil, 45% do total de assassinos. São mais de 9 mil por milhão, superando as 2.800 por milhão mortas no período nazista, em 6 anos. As mulheres assassinadas já passam de 11 mil, 25% do total de exterminados, com pelo mil mortas grávidas. São as maiores matanças de crianças e mulheres da história!

A destruição de Gaza já passa dos 80%, superando a das cidades mais arrasadas na segunda Guerra Mundial. Detalhe: em Gaza em 233 dias, contra 6 anos no período nazista".

Temos que seguir gritando, agindo, entremeando ações simbólicas e concretas/econômicas em defesa do povo e do direito do Palestino, contra o sionismo. Pressionando cada governo a romper diplomática e economicamente com o Estado sionista.

Que a sensação de impotência em nossas localidades não nos permita nem por um dia abandonar a bandeira da Palestina, sob o risco de nossa geração ficar conhecida como a que foi conivente com o genocídio em curso. E, como sugere Ualid Rabat, presidente da Fepal, transmitido ao vivo.

Os fatos recentes confirmam a acusação de que todos os lugares definidos por Netanyahu como seguros foram atacados e milhares de pessoas refugiadas foram levadas para uma verdadeira emboscada e perderam a vida. Recentemente, o que vemos em Rafah, ignorando as condenações internacionais, o exército israelita bombardeou esta cidade no sul da Faixa de Gaza por via aérea e terrestre na semana. Empurrou um contingente gigantesco de pessoas e agora coloca em prática o genocídio.

A correlação de forças desfavorável na opinião pública e o isolamento diplomático de Israel ainda não repercutiu no front e no morticínio do povo palestino. Declaração recente da China e dos estados árabes observou que "tanto a China como os estados árabes apoiam as medidas provisórias do Tribunal Internacional de Justiça emitidas em 26 de janeiro, 28 de março e 24 de maio, relativamente ao processo da África do Sul contra Israel. Os dois lados acreditam que Israel deve cumprir as disposições legais relevantes, especialmente o direito humanitário internacional. Ambos os lados sublinham que Israel, como lado ocupante, é responsável pela terrível situação humanitária em Gaza", de acordo com o site Cafezinho.

A chamada da Assamblea Internacional de los Pueblos para novo dia mundial de ação, no 8 de junho (sábado) é mais um dia importante, para cada militante, em cada uma de suas trincheiras, fazer ecoar a bandeira pelo cessar fogo, o fim da ocupação da Palestina e o direito de um povo a seu território, soberania e autodeterminação.

Edição: Lucas Botelho