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Educação

Estudantes ocupam prédio da Reitoria da UFPR

A ocupação é uma resposta do movimento estudantil às atitudes consideradas antidemocráticas da reitoria

Curitiba (PR) |
Os estudantes asseguram que a ocupação não impedirá atividades essenciais à comunidade acadêmica. - Foto: Arquivo Pessoal

Estudantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) ocuparam nesta segunda-feira (20) o prédio Dom Pedro II, localizado no complexo da Reitoria, no centro de Curitiba. A ocupação, segundo os manifestantes, é uma resposta às atitudes consideradas antidemocráticas do reitor Ricardo Marcelo, incluindo o recente cancelamento do caráter deliberativo da reunião do Conselho Universitário (Coun).

No edifício, funcionam a Pró-Reitoria de Administração e a de Pesquisa e Pós-Graduação, a Superintendência de Comunicação e a Diretoria de Desenvolvimento e Integração dos Campi Integra, responsável pela ligação com todos os campi do interior do estado. Além do Departamento de Filosofia do Setor de Ciências Humanas. 

Os estudantes justificam a ocupação pela necessidade de chamar a atenção para suas reivindicações de maneira mais incisiva. Eles representam mais de 20 cursos que deflagraram greve estudantil, ainda sem respostas ou propostas concretas por parte da Reitoria da UFPR.

“A greve foi tratada pela Reitoria apenas como uma ‘mobilização estudantil’ quando tentamos obter reconhecimento pelo Coun”, afirmaram os estudantes em nota. A ocupação se coloca como uma reação às ações do reitor, que, segundo eles, interrompeu arbitrariamente uma reunião do Conselho Universitário alegando problemas técnicos e retirou o caráter deliberativo de outra reunião menos de 24 horas antes do encontro.

A nota dos estudantes também questiona a decisão do reitor de acatar um parecer do Ministério Público Federal, representado pelo Procurador da República Robson Martins, que teria atacado a autonomia universitária ao proibir a suspensão do calendário acadêmico e criminalizar o movimento grevista.

Os estudantes asseguram que a ocupação não impedirá atividades essenciais à comunidade acadêmica, como pagamento de bolsas e atendimentos psicológicos e sociais. Ressaltaram ainda que a mobilização é pacífica e visa trazer melhorias para toda a universidade.

Além das questões internas, a ocupação demonstra solidariedade à resistência palestina e se alinha a ocupações e acampamentos estudantis globais em defesa do povo palestino.

Edição: Pedro Carrano