Na madrugada do dia 27 (sexta), cerca de 200 pessoas realizaram ocupação em terreno abandonado localizado no bairro Campo Comprido, entre as ruas João Dembinski e Irmãs Nakadaira,
Embora, na mesma madrugada, a Polícia Militar tenha comparecido e logo deixado o local, na manhã seguinte realizou um cerco contra a área, impedindo os ocupantes de entrar e sair, bem como de receber alimentos e água.
O detalhe é que não havia pedido de reintegração de posse no local. Ou seja, a PM fez a defesa do imóvel particular sem autorização judicial. Na manhã de hoje, segunda, o cerco foi retirado do entorno da ocupação. Poucas viaturas seguiram na região.
Ao longo do final de semana, as famílias, que batizaram a ocupação como "Resistência Forte" conseguiram negociar com o comando da PM a entrada de água e de alimentos para a cozinha comunitária instalada. O local abriga venezuelanos, famílias em busca de moradia e saída do pagamento de aluguel.
Do espólio do casal Masayo e Masashi Suzuki, abandonada há mais de duas décadas, a área está em disputa entre herdeiros do terreno, ainda sem decisão judicial.
Operativo
Em entrevista feita pelo BDF ainda no sábado, o responsável pelo operativo naquele turno, tenente-coronel Francisco, admitiu que a atuação seria anterior à liminar judicial.
Em nota à imprensa, questionada pela reportagem do Brasil de Fato Paraná, a PM divulgou a seguinte declaração oficial:
"A Polícia Militar do Paraná (PMPR) esclarece que atua, desde a última sexta-feira (26) em atendimento à ocorrência de violação de propriedade, em andamento no bairro Cidade Industrial, capital paranaense. A corporação informa que foi registrado Boletim de
Ocorrência Unificado (BOU), no local, com identificação de pessoas envolvidas na ocupação da área e, considerando o grande número de pessoas, manteve equipes no local para que atuem com foco na preservação da vida e na manutenção da ordem
pública, visando coibir quaisquer ações que coloquem em risco a incolumidade das pessoas envolvidas.
Com base em informações preliminares, o proprietário do local busca junto ao Poder Judiciário a reintegração da posse e a PMPR cumpre sua missão de preservação da ordem pública, enquanto aguarda manifestação da justiça".
Edição: Lucas Botelho