Freire Gomes também relatou ter participado de várias reuniões com Bolsonaro no Palácio da Alvorada
A cada dia que passa, a história comprova a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro na tentativa de golpe de Estado. Já parou para pensar que, por muito pouco, não estamos vivendo num governo militar?
Ao mesmo tempo, é preciso reconhecer, antes de tudo, a atuação do presidente Lula em defesa da democracia no dia 8 de janeiro. A postura de Lula foi responsável, corajosa e crucial para preservar a estabilidade institucional do país.
Essa é a importância de escolher líderes comprometidos com os princípios democráticos, pois eles vão preservá-los mesmo em momentos de crise. Ao contrário de líderes autoritários, que provocam crises e geram instabilidade, como artifícios para se incrustar ao poder e usar a estrutura do estado para fins próprios.
Voltando à cena do crime. Aliás, ao depoimento do ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, que deixou claro a intenção de o ex-presidente em executar um plano de ruptura democrática.
Porém, o ex-capitão foi surpreendido com o posicionamento contrário à trama golpista.
Durante seu depoimento à Polícia Federal (PF), Freire Gomes confirmou que após as eleições de 2022, Bolsonaro apresentou a ele e aos outros comandantes das Forças Armadas uma minuta de decreto para instaurar um estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e investigar a legalidade do processo eleitoral.
Freire Gomes também relatou ter participado de várias reuniões com Bolsonaro no Palácio da Alvorada em 2022, onde o presidente mencionou possibilidades de utilizar institutos jurídicos, como a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), Estado de Defesa e Estado de Sítio, para impedir a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ou seja, só esse depoimento, coloca o ex-presidente na cena do golpe, na cena do crime, crime, sim, contra a democracia brasileira.
É lamentável saber que a democracia do nosso Brasil por pouco não ruiu. Aliás, não ruiu porque as instituições (não todas, infelizmente) compreenderam seu papel dentro de um governo democrático. Por isso, o equilíbrio, a harmonia, o respeito, a autonomia e a independência são fundamentais entre as instituições.
Portanto, a vigilância aos princípios democráticos deve ser constante, assim como o fortalecimento da democracia, que acontece também através de candidaturas de pessoas comprometidas, de verdade, com o Brasil e com o seu povo.
Edição: Pedro Carrano