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Camilo Santana recebe quem precarizou a educação do Paraná

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Para a APP Sindicato, Feder é um dos responsáveis pela destruição do EJA - Arquivo ministro
Feder transformou escolas do estado em um negócio e destruiu o EJA

Às vezes, parece que o governo Lula não está dando acompanhamento ao Paraná. Por aqui, a Copel foi vendida sem resistência do governo federal, dono de ações da companhia via BNDESPAR.

Lula também não criou obstáculos para que Ratinho Junior conseguisse o leilão das praças de pedágio em modelo, segundo o governador, pensado pelo governo Bolsonaro. Resultado: tarifas retornam caras aos paranaenses.

Agora, o ministro da Educação, Camilo Santana, no que chamam de republicanismo, estende o tapete verde para receber o Secretário de Educação de São Paulo, Renato Feder. Ele que é suspeito de licitações irregulares em terras paulistas e foi exportado do Paraná sem deixar saudades na educação paranaense.

O ex-presidente da APP Sindicato, Hermes Leão, em ato “Fora, Feder”, puxou a “capivara” do secretário bem recebido pelo ministro. Em 2020, Leão destacou que “o empresário Renato Feder, um dos donos da Multilaser, foi o principal doador de campanha para a eleição municipal do município de São Paulo em 2016. Para assumir a educação municipal, investiu pesado contribuindo para a vitória do também empresário João Dória para prefeito da cidade”.

É este secretário que Santana recebe falando em “Diálogo e cooperação para os avanços que a Educação do Brasil precisa”. Talvez esse avanço seja tirar professores das salas de aula e colocar máquinas. Para a APP Sindicato, Feder é um dos responsáveis pela destruição do Ensino de Jovens à Distância (EJA).

“O governo acabou com a oferta flexível da EJA, onde havia a possibilidade de estudar de acordo com suas disponibilidades de dia, horário e disciplinas individuais, e obrigou estudantes a se adaptarem a um novo modelo, semestral, com quatro disciplinas ao mesmo tempo e exigência de frequência diária”.

Para Leão, a contribuição de Feder à educação nacional é apenas a “mercantilização da educação e demais serviços públicos”.

Tem razão. Na passagem pelo Paraná, Feder, que quase foi ministro de Bolsonaro, é um empresário da área de tecnologia com uma meteórica passagem pela rede estadual de ensino de São Paulo, que fundamenta suas ideias nas premissas mais perversas de competitividade, meritocracia, autoritarismo e punição.

Tudo o que a esquerda e a militância da educação rejeitaram nas urnas.

 

*Manoel Ramires é jornalista

**As opiniões expressas nesse texto não representam necessariamente a posição do jornal Brasil de Fato Paraná

Edição: Pedro Carrano