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Nikolas Ferreira (PL) leva à Comissão de Educação pautas de extrema direita

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O principal foco da extrema direita tem sido atacar a educação pública - Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Deputado defende terceirização de serviços da educação, Novo Ensino Médio e ensino domiciliar

Deputado federal Bolsonarista, Nikolas Ferreira (PL), foi eleito presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, com 22 dos 37 votos, para um mandato de um ano.

A Comissão de Educação tem, neste ano, a verba de R$ 180 milhões para a educação pública e é responsável por aprovar ou não propostas, além de modificar projetos por meio de emendas e pareceres antes de irem para o plenário da casa.

A eleição de Nikolas gera grande preocupação para os estudantes brasileiros, pois desde o início de seu mandato como deputado federal, Ferreira não lançou um projeto de lei sobre educação, mas em contrapartida teve um projeto de lei aprovado em Belo Horizonte, enquanto vereador, no qual proibia o uso de linguagem neutra nas escolas municipais, o que já desenha o projeto conservador que visa construir dentro da comissão.

O deputado também apoia as escolas cívico-militares, é contra os banheiros por identidade de gênero, além de mencionar em seu discurso de agradecimento a educação domiciliar como pauta principal. Dessa forma, visualiza-se nesta comissão, que é essencial para o desenvolvimento do Brasil, uma continuidade ideológica do projeto político da extrema direita, demonstrando que mesmo com a eleição de Lula, não obtivemos uma vitória significativa no que se refere à correlação de forças.

O principal foco da extrema-direita tem sido atacar a educação, pública, gratuita e de qualidade, avançando cada vez mais na plataformização do ensino, na terceirização de serviços da educação, com o Novo Ensino Médio e o ensino domiciliar, modelos que sobrecarregam estudantes e professores, dificultam o aprendizado e literalmente terceirizam a responsabilidade da educação para o mercado, transformando a escola numa cadeia de fabricação de sujeitos acríticos e fortemente violentados pelo sucateamento e descaso.

Apesar desse cenário de derrota dentro da comissão, é possível olhar com uma perspectiva propositiva e criativa, usando desse espaço para desgastar o bolsonarismo, que ainda possui muita força social na sociedade. A nossa sagacidade e capacidade de iniciativa incidirá objetivamente nas eleições municipais deste ano, na contenção da reorganização e crescimento da extrema direita

 

*Leticia Faria, Militante do Levante Popular da Juventude, Secretária Geral da UPE e diretora de Universidades Privadas da UNE

**As opiniões expressas nesse texto não representam necessariamente a posição do jornal Brasil de Fato Paraná

Edição: Pedro Carrano