Paraná

FALTA DE ESTRUTURA

Faltam no mínimo 1500 professores na rede municipal de Curitiba

Sindicato denuncia sobrecarga e contratação insuficiente nas escolas

Curitiba (PR) |
as mobilizações dos anos anteriores têm pressionado para a reposição do quadro profissional - Pedro Carrano

Professores municipais iniciam o ano letivo de 2024 panfletando e cobrando da gestão maior número de professores nas escolas municipais. De acordo com eles, entre 2011 e 2022 não houve um concurso interno consistente e os atuais são focados no formato de Processo Seletivo Simplificado (PSS) - o que torna a demanda urgente pelo aumento do quadro docente.

“A Prefeitura de Curitiba não pode repetir o que aconteceu em 2022 e 2023, quando muitas escolas iniciaram e terminaram o ano letivo sem que o quadro de professoras e professores estivesse completo”, afirma documento publicado pelo Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac).

Diana Abreu, presidenta do sindicato, aponta que as mobilizações dos anos anteriores têm pressionado para a reposição do quadro profissional.

“Até outubro de 2023, o déficit era de aproximadamente 3200 professores. Tivemos a contratação na verdade de 1200 professores de Docência I, nos anos iniciais, e mais de 200 de Educação Física, o que também é luta do sindicato, que vem denunciando falta de professores com força desde 2022, quando a prefeitura realizou o concurso e começou a chamar em outubro e novembro”, afirma. A sindicalista estima como necessários ainda, no mínimo, 1500 profissionais na rede.

A prefeitura, por sua vez, por meio de assessoria procurada pelo BDF PR, justifica justamente contratação a partir do número de 1300 profissionais. Afirma também investimentos na parte de formação e capacitação. "Levantamento da Secretaria Municipal de Administração, Gestão de Pessoal e Tecnologia da Informação (SMAP) aponta que, somente este ano, mais de 1,3 mil professores tomaram posse (Docência I, II e Educação Infantil)", comprometendo-se que "As nomeações seguirão continuamente ao longo dos próximos meses".

Sobrecarga e precarização

Diana Abreu descreve um quadro de sobrecarga, precarização e instabilidade no vínculo entre trabalhador e local de trabalho.

"São vagas que são preenchidas por contratos PSS, que são precários, com rotatividade dos profissionais, que acabam não criando vínculo, e também há a dobra de professores da própria rede", descreve. Neste sentido, aguardam um ano tenso.

“Não tem inspetor, não tem secretário, pedagogo. Déficit de inspetores, secretários, vice-diretor fazendo papel de secretário, essa é a situação atual. Não tem hora atividade, não tem hora de planejamento. Muitas vezes o professor tem que cuidar do pátio", afirma Adriane Silva, professora e dirigente também do Sismmac.

A prefeitura, por sua vez, justifica contratações no atual período no quadro de funcionários: "Auxiliares de serviços escolares aprovados em concurso público também estão sendo convocados para posse".


Debate do sindicato e professores com sociedade civil e comunidade escolar / Divulgação

 

 

Edição: Lia Bianchini