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Coluna

Taxa de desocupação é a menor desde 2014 e rendimento médio real aumentou

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Mercado de trabalho em 2023 em melhor cenário - Gibran Mendes
A taxa de desocupação caiu de 7,9% no 4° trimestre de 2022 para 7,4% no 4° trimestre de 2023

No dia 16 de fevereiro, foram divulgados dados do mercado de trabalho no 4° trimestre de 2023, com base na Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar Trimestral Contínua (PNAD Contínua Trimestral), elaborada IBGE.

No Brasil, a taxa de desocupação caiu de 7,9% no 4° trimestre de 2022 para 7,4% no 4° trimestre de 2023, a menor taxa desde o 4° trimestre de 2014 (6,6%). No Paraná, a taxa de desocupação também apresentou redução, de 5,1% para 4,7%, mas em patamar superior ao ocorrido no 4° trim. de 2014 (3,8%).

Entre os 27 estados, constatamos redução na taxa de desocupação em dezessete, com as maiores reduções no Acre (de 10,0% para 6,7%), Espírito Santo (de 7,2% para 5,2%), Rio Grande do Norte (de 9,9% para 8,3%), Goiás (de 6,6% para 5,6%) e Maranhão (de 8,3% para 7,1%). Oito estados apresentaram crescimento, com destaque para Roraima (de 4,6% para 7,0%), Rondônia (de 3,1% para 3,8%) e Mato Grosso do Sul (de 3,3% para 4,0%). Apenas Santa Catarina apresentou estabilidade (3,2%).

A redução da taxa de desocupação ocorreu principalmente por dois fatores: (I) aumento de 1,63% nos ocupados, indo de 99,5 para 101,0 milhões, incremento de 1,6 milhões; e (II) aumento de 0,58% nas pessoas fora da força de trabalho, que ampliou de 65,9 para 66,3 milhões; fazendo o número de desocupados cair de 8,6 para 8,1 milhões (-5,72%).

No estado do Paraná ocorreu a mesma situação, com aumento de 1,29% dos Ocupados (+76 mil); crescimento de 2,46% nas pessoas fora da força de trabalho (+81 mil); e com queda de 7,55% nos desocupados, caindo de 318 para 294 mil (-24 mil).

No Brasil, o incremento de 1,6 milhão nos ocupados ocorreu principalmente pelo aumento de 3,03% dos empregados no setor privado com carteira (+1,1 milhão), responsável por mais de dois terços das ocupações geradas (69,0%); seguida pelo aumento de 2,20% nos empregados no setor privado sem carteira (+291 mil – 18,0%), de 6,26% dos trabalhadores doméstico sem carteira (+272 mil – 16,8%) e de 0,58% dos conta própria (+147 mil – 9,1%).

Em contrapartida, ocorreu redução de 11,65% nos trabalhadores familiares auxiliares (-186 mil), de 4,69% nos trabalhadores domésticos com carteira (-70 mil), de 0,89% nos empregados no setor público estatutários (-69 mil) e de 0,64% nos Empregadores (-27 mil).

No estado do Paraná ocorreu algo similar. O crescimento dos ocupados (1,29% - +76 mil), foi puxado pelo aumento de 4,23% nos empregados no setor privado com carteira (+109 mil); de 17,86% dos trabalhadores doméstico sem carteira (+40 mil); e de 16,67% dos trabalhadores domésticos com carteira (+11 mil).

Por outro lado, ocorreram perdas de 43 mil ocupações de empregadores (-13,96%), de 18 mil do trabalhador familiar auxiliar (-19,15%), de 13 mil empregados no setor público sem carteira (-14,44%) e de 11 mil empregados no setor privado sem carteira (-1,80%).

A predominância da criação de ocupações de empregados no setor privado com carteira, foi influenciada pelo crescimento da economia acima do esperado, pela volta da política de valorização do salário mínimo, a melhora das negociações coletivas, entre outros fatores, melhorando o perfil das ocupações geradas.

Rendimento

Como consequência o rendimento médio real habitual no trabalho principal dos ocupados no Brasil apresentou aumento de 3,26%, passando de R$ 2.854,00 no 4° trimestre de 2022 para R$ 2.947,00 no 4° trimestre de 2023. No Paraná, a alta do rendimento médio real habitual foi de 2,23%, menor que o nacional, indo de R$ 3.098,00 para R$ 3.167,00.

Como observamos nos dados, ocorreu melhora no mercado de trabalho, com a continuidade da queda da taxa de ocupação e a mudança na qualidade das ocupações geradas, tendo como consequência o aumentou do rendimento médio real. Apesar dos dados positivos, ainda estamos com uma taxa de desocupação superior aos patamares alcançados nos 4° trimestres de 2013 (Brasil 6,3% e Paraná 3,8%) e 2014 (Brasil 6,6% e Paraná 3,8%).

Além disso, é necessário melhorar o perfil das ocupações, que pioraram com a crise política e econômica de 2015 e 2016 e o retorno da adoção das políticas neoliberais, com a redução dos investimentos, principalmente o público, e as reformas trabalhista e da previdência, que atingiram em cheio os trabalhadores e o movimento sindical.

Para isto, precisamos de crescimento econômico com uma política ativa de distribuição de renda.

Edição: Pedro Carrano