Paraná

Reconhecimento

Primeira mulher negra engenheira do Brasil ganha escultura em Curitiba

Homenagem a Enedina Alves Marques foi inaugurada nesta segunda (15), no centro da cidade

Curitiba (PR) |
Escultura está localizada no calçadão da Rua XV de Novembro, no Centro - Foto: Ricardo Marajó/SMCS

Um novo monumento no Centro de Curitiba eterniza a trajetória da primeira mulher negra a se formar em Engenharia no Brasil, Enedina Alves Marques. A escultura em bronze foi inaugurada nesta segunda (15), no calçadão da Rua XV de Novembro.

A cerimônia de inauguração contou com parlamentares e assessores, representantes de movimentos negros da cidade e familiares da homenageada, além do prefeito Rafael Greca (PSD).

A vereadora Giorgia Prates (PT) apontou que a homenagem é uma forma de reconhecer a importância da população negra, historicamente invisibilizada na capital paranaense. "Em tudo há um presente impregnado de passado. A primeira conversa que eu tive com o prefeito Greca, quando assumi o mandato, foi que precisávamos rever a história do povo preto em Curitiba, que sempre construiu e sempre fez parte de cada pedaço dessa cidade, mas que nunca foi considerado, pelo pagamento e invisibilização que foi feita", disse.

A escultura, fruto de seis meses de pesquisa e produção no Atelier de Esculturas do Memorial Paranista pelo artista Rafael Sartori, retrata Enedina sentada com um livro nas mãos, simbolizando sua dedicação à educação. 

Exemplo para a cidade e para o país

Enedina Alves Marques formou-se em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 1945, aos 32 anos. Suas contribuições notáveis incluem o desenvolvimento do Plano Hidrelétrico do Paraná, o projeto da Usina Capivari-Cachoeira no Litoral, o Colégio Estadual do Paraná e a Casa do Estudante Universitário de Curitiba.

Familiares de Enedina, presentes na inauguração, expressaram emoção pela homenagem. "É muito bom saber que tem um reconhecimento de tudo que ela representa para os negros e a história do país e do Paraná, e independentemente da cor, ela é um exemplo para todas as mulheres dessa cidade e do país", destacou a sobrinha Lizete Marques.

Edição: Lia Bianchini