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Inflação em 2023 cai em relação a 2022, e após 2 anos fica dentro da meta do Banco Central

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Já o Grupo Alimentação e Bebidas, que tem o maior peso no cálculo da inflação (21,86%), apresentou alta de apenas 1,03% - Luis Robayo/AFP
O INPC, que mede inflação das famílias com renda de 1 a 5 salários, apresentou queda de 2022 a 2023

Em 2023, a inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA) caiu de 5,79% em 2022 para 4,62%, ficando dentro do teto da meta do Banco Central, que era de 3,25%, limite mínimo de 1,75% e máximo de 4,75%. Também ficou abaixo das expectativas que o mercado tinha no início de 2023, que era de 5,62% (Boletim Focus do dia 06/01/2023).

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação das famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos, apresentou aumento de 3,71% em 2023, queda expressiva em relação a 2022, quando fechou em alta de 5,93%.

Das 15 capitais que fazem parte do cálculo, 8 tiveram inflações maiores que a média nacional (4,62%), como em Brasília (5,50%), Vitória (5,10%), Belo Horizonte (5,05%%), São Paulo (4,97%), Fortaleza (4,88%), Belém (4,82%), Campo Grande (4,76%) e Porto Alegre (4,63%); as capitais que tiveram inflações menores foram São Luís (1,70%), Recife (3,18%), Goiânia (3,82%), Aracaju (3,94%), Curitiba (4,18%), Rio de Janeiro (4,29%) e Salvador (4,48%). Rio Branco teve inflação igual a nacional (4,62%). Em Curitiba, o IPCA variou menos que o índice nacional, a quinta menor, ao passo que o INPC apresentou variação de 3,88%, maior que a média nacional (3,71%), a sexta maior. As maiores variações foram em Belém (4,97%), Fortaleza (4,87%) e Rio Branco (4,52%), e as menores em São Luís (1,62%), Recife (2,39%) e Aracaju (3,30%).

Os subitens (produtos e serviços) que fazem parte da pesquisa são divididos em 8 Grupos. Todos os grupos apresentaram aumento de preços em 2023, sendo que o maior impacto na inflação, quando considera seu peso, foi do Grupo Transporte, que aumentou 7,14%, resultado influenciado pelas altas na Gasolina (12,09%), emplacamento e licença (21,22%) e passagem aérea (47,24%). Seguida pelos grupos Saúde e cuidados pessoais, que aumentou 6,58%, impactado principalmente pelo subitem Plano de saúde (11,52%); e Habitação, que subiu 5,06%, influenciado por Energia elétrica residencial (9,52%), Taxa de água e esgoto (10,08%) e Condomínio (6,74%). Esses três grupos foram responsáveis, em 2023, por mais de dois terços da inflação (66,9%).

Já o Grupo Alimentação e Bebidas, que tem o maior peso no cálculo da inflação (21,86%), apresentou alta de apenas 1,03%, com aumento de 5,31% na alimentação fora do domicílio e redução da 0,52% na alimentação no domicílio. A Pesquisa da Cesta Básica realizada pelo Dieese confirma estes resultados, entre as 17 capitais pesquisadas, em 15 ocorreu queda no preço da cesta básica, em 2023, com as maiores reduções em Campo Grande (-6,25%), Belo Horizonte (-5,75%), Vitória (-5,48%), Goiânia (-5,01%) e Natal (-4,84%). Em contrapartida, ocorreram altas em Belém (0,94%) e Porto Alegre (0,12%). Curitiba apresentou queda de 0,21%, a menor entre as 15 capitais que apresentaram reduções.

Entre os 377 subitens (produtos e serviços) que fazem parte do cálculo, contatamos que 274 subiram (72,68%), 2 ficaram estáveis (0,53%) e 101 caíram (26,79%), sendo que os maiores aumentos ocorreram no morango (75,56%), pepino (54,43%), passagem aérea (47,24%), abobrinha (44,91%), tangerina (43,06%) e cenoura (40,16%); mudança e multa ficaram estáveis; e as maiores reduções foram contatadas no óleo de soja (-28,00%), cebola (-25,32%), abacate (-22,71%), doce de frutas em pasta (-22,53%) e fígado (-20,28%).

Mas quando consideramos os maiores impactos no índice, que considera o peso de cada subitem, verificamos que os 6 maiores foram a gasolina (12,09%), Emplacamento e licença (21,22%), plano de saúde (11,52%), energia elétrica residencial (9,52%), passagem aérea (47,24%) e taxa de água e esgoto (10,08%), que juntas foram responsáveis por mais da metade da inflação de 2023 (51,7%).

E os subitens que tiveram maiores impactos negativos foram gás de botijão (-6,89%), automóvel usado (-4,80%), óleo de soja (-28,00%), frango em pedaços (10,12%), seguro voluntario de veículos (-7,08%) e leite longa vida (-7,83%).

Para este ano, a expectativa do mercado, com base no boletim Focus do Banco Central do Brasil do dia 12/01/2024, é que o IPCA feche o ano de 2024 com a variação de 3,87%, mais uma vez dentro da meta, que para este é de 3%, limite mínimo 1,50% e máximo 4,50%.

 

*Sandro Silva: economista e supervisor técnico do Dieese-PR

 

Edição: Pedro Carrano