Paraná

Coluna

O Ministério Público e o disfarce dos corruptos

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MPPR está envolvido e exposto diante da publicação pela defesa do deputado estadual Renato Freitas (PT) do segredo de justiça, fruto de um acordo que envolve o reconhecimento de fraude na concessão da exploração da TV - Foto: Valdir Amaral
Espero que as entidades representativas do MPPR se manifestem pela punição dos deputados corruptos

Em 2013, lembro muito bem a coragem, a bravura da juventude brasileira liderando a maior luta popular em nosso país pelo passe livre, contra os desperdícios do dinheiro público nas Olimpíadas, inclusive em Curitiba.

Foram as famosas jornadas de junho de 2013. Muitos pegaram carona nesse movimento de massa, inclusive a extrema-direita, os 'lavajatistas' e o Ministério Público em todo o país, defendendo a rejeição da PEC 37, que propunha limitar o direito de investigação do MP.

Aqui no Paraná o Procurador Geral de Justiça obteve o apoio desse movimento e a PEC 37 foi derrotada no Congresso Nacional. 

Como sabemos, mais tarde, o resultado da Lava Jato foi desastroso para a economia, para a sociedade e para a democracia brasileira.

A operação cometeu os maiores crimes com as delações premiadas para perseguir, prender, torturar inocentes e militantes de esquerda e seus partidos, tendo com maior vitima o presidente Lula, que, mais tarde, foi inocentado pelo STF.

Lamentavelmente a sede dessa barbárie foi a cidade de Curitiba, com o ex-juiz Moro e ex-procurador e ex-deputado federal Dallagnol.

Hoje, o MPPR está envolvido e exposto diante da publicação pela defesa do deputado estadual Renato Freitas (PT) do segredo de justiça, fruto de um acordo que envolve o reconhecimento de fraude pelo deputado Ademar Traiano e do deputado estadual Plauto Miró, na concessão da exploração da TV Icaraí.

O escândalo envolvendo o MPPR e a Alep é tamanho que a Comissão de Ética da casa, que estava determinada a cassar o deputado estadual Renato Freitas, fez um enorme recuo e indicou apenas uma advertência, que o deputado Renato Freitas não aceita, uma vez que denunciou e provou que Traiano é corrupto, logo merece isto sim, um pedido de desculpas do presidente da Alep em nome de todos os deputados e deputadas.

Agora quem deve explicações à sociedade é o MPPR, vindo a público esclarecer como pode não prender de imediato os dois deputados que assinaram a delação reconhecendo o crime. Como pode não punir severamente os criminosos e encobrir o crime colocando a investigação sob segredo de justiça?

Faço essas indagações por ser um cidadão que paga seus impostos para manter os serviços públicos, acreditando que devem prestar satisfações à sociedade. Sou apenas um professor aposentado, que sempre buscou ensinar a seus alunos a buscas a verdade e a justiça e a combater todas as formas de discriminação e corrupção que sejam praticadas pelos chamados “donos do poder”.

Espero que as entidades representativas do MPPR se manifestem contra a não punição por parte do MPPR dos deputados que praticaram corrupção e contra a perseguição ao Deputado Estadual Renato Freitas.

Desejo que a sociedade e suas entidades representativas se manifestem contra esses atos de corrupção na Assembleia e que exijam o fim da perseguição, da discriminação política e racial que vem sofrendo o Deputado Renato Freitas por exercer o seu mandato em defesa do povo paranaense.

*Lafaiete Neves é economista, educador popular e autor de "Movimento Popular e Transporte em Curitiba".

**As opiniões expressas nesse texto são de responsabilidade do/a autor/a e não representam necessariamente a posição do jornal Brasil de Fato.

Edição: Pedro Carrano