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Reforma Agrária

Um jogo de tabuleiro para chegar à Reforma Agrária através da cooperação entre jogadores

Criado pela ONG Mundukide em parceria com a Expressão Popular, jogo se inspira na organização coletiva do MST

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A fotógrafa do MST, Priscila Ramos, foi encarregada de levar o jogo para avaliação por uma família de assentados em Itapetininga (SP). - Priscila Ramos

“Rumo à Reforma Agrária Popular” é o nome do novo jogo de tabuleiro que se inspira nas lutas e práticas de organização coletiva do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A cooperação entre os jogadores leva até o objetivo final: a Reforma Agrária. Para isso, é preciso participar de congressos, distribuir sementes e juntos definirem estratégias para superar desafios ao longo da caminhada.

O jogo foi uma proposta da ONG Mundukide, que tem sede no país Basco e integra o Movimento Cooperativo de Mondragon, voltado à organização e assessoria para cooperativas. Em parceria com a Editora Expressão Popular, o jogo foi criado para integrar as comemorações dos 40 anos do MST.

“O nosso foco sempre vai ser a transformação social e o MST é um bom exemplo de como as coisas podem se transformar se atuamos coletivamente. A ideia do jogo, na verdade, é a história do MST, a sua organização, as conquistas que eles conseguiram porque atuaram juntos”, explica Natxo Devicente, um dos idealizadores do jogo, que trabalha representando a Mundukide junto ao MST, contribuindo no programa de acompanhamento das Cooperativas do Rio Grande do Sul e na Frente de Formação Nacional do Setor de Produção.

Na equipe de desenvolvimento, participaram ativamente Rosemari Witchel, na parte educativa e de visão interna, e Juliana Adriano, na parte conceitual e estética. 


O jogo está à venda no site da Editora Expressão Popular. / Divilgação

Para jogar, é preciso cooperação

Saindo da lógica competitiva da maioria dos jogos — tanto os eletrônicos quanto os de tabuleiros —, este entra na categoria de “jogos cooperativos". Portanto, o objetivo final é conquistar a Reforma Agrária, e isso só poderá ser alcançado se os jogadores se unirem.

“Fiz algumas pesquisas em lojas de jogos, 95% deles são competitivos e é isso que nossos filhos infelizmente estão aprendendo. Para construirmos a dinâmica cooperativa do nosso jogo foi fácil, conhecendo o MST. Quanto pior eles estão, mais eles ficam juntos, e é assim desde o início”, cita Devicente. 

Antes de rolar os dados, o jogador tem que analisar se alguém precisa de ajuda, existem espaços de intercooperação, acontecimentos dramáticos, conquistas, reuniões em congressos e dinâmica de compartilhar sementes.

A fotógrafa do MST, Priscila Ramos, foi encarregada de levar o jogo para avaliação por uma família de assentados em Itapetininga (SP). “Fotografei o experimento, ou seja, levei o jogo até o Assentamento Carlos Lamarca e lá propus que a família Silva, de assentados, jogasse. Foi muito aceito por eles, se divertiram muito”, conta.

O jogo está à venda no site da Editora Expressão Popular: https://expressaopopular.com.br/livraria/rumo-a-reforma-agraria-popular/

Edição: Lia Bianchini