Rio Grande do Sul

MOVIMENTO

Coletivo Preserva Redenção celebra 400 dias de luta pelo parque público neste sábado (25)

Com piquenique e projeção de imagens, grupo conta a história de resistência contra a concessão da Redenção

Brasil de Fato RS | Porto Alegre |
Integrantes do coletivo e apoiadores na celebração do primeiro aniversário do Preserva Redenção - Foto: Arquivo Pessoal

Para celebrar os mais de 400 dias de resistência na luta pela defesa do Parque da Redenção livre, democrático e de acesso irrestrito, o Coletivo Preserva Redenção vai realizar uma projeção de imagens no Monumento ao Expedicionário, no tradicional parque de Porto Alegre, às 19h deste sábado (25), apresentando recortes da trajetória do grupo desde sua fundação, em 9 de outubro de 2022. O coletivo convida todas as pessoas a chagarem às 18h para um piquenique, levando suas cadeiras, comes e bebes.

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O Preserva Redenção conta com mais de 250 integrantes e diversas entidades. Surgiu a partir da circulação da notícia de que o parque seria concedido pelo governo Sebastião Melo (MDB) à iniciativa privada por um período de 30 anos. Entre os pontos mais criticados da proposta estava a construção de um estacionamento subterrâneo para 577 carros, sob o campo de futebol.

“De lá pra cá, viemos fazendo esse enfrentamento na defesa desse patrimônio tão querido da cidade de Porto Alegre e do estado", afirma Jarbas Araújo, um dos membros fundadores. Os primeiros atos foram a criação de um abaixo-assinado que conta com mais de 40 mil assinaturas, e a redação de uma carta que rodou o Brasil denunciando o que estava ocorrendo. “Isso deu visibilidade ao movimento e alavancou não só a coleta de assinaturas mas, também, engajou, números de hoje, mais de 100 entidades que nos apoiam”, comenta.

O Preserva Redenção também participou de audiências públicas sobre a ceoncessão, realizadas pelo poder municipal. “Sempre repudiamos o projeto e alertamos para a irregularidade no processo de participação virtual, que não permitia à população dizer não, limitando-a apenas à contribuir com sugestões”, explica. Foi quando o lançou a campanha "Quem cala não consente".

“E, claro, vieram também os atos que merecem destaque como a roda de conversa em parceria com o IAB/RS, a ‘Vigília das Velas’, a ‘Cãominhada’, e o ‘Abraço à Redenção’, que reuniu quase 3 mil pessoas naquele 20 de novembro escaldante para demonstrarem o seu carinho pelo parque”, recorda o integrante do coletivo. “Uma outra ação que vale ser lembrada, e que ainda acontece, é o combate à morte indiscriminada de gambás, bem como, a interceptação de armadilhas colocadas pelo estabelecimento gastronômico que ocupa a área do antigo orquidário”, prossegue.

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Toda esse empenho deu frutos. Resultou na representação do Ministério Público de Contas (MPC) ao Tribunal de Contas (TCE), que suspendeu o trâmite do projeto, previsto para ser licitado em abril deste ano. A prefeitura então declarou que não levaria o projeto adiante pelo menos até as eleições municipais de 2024 e que descartaria o molde de concessão por 30 anos e a construção do estacionamento.


Dia do Abraço à Redenção, que reuniu cerca de 3 mil pessoas em defesa do parque público / Foto: Arquivo Pessoal

“Não tem nada ganho, o coletivo tem noção de que a suspensão do processo está se dando em função da aproximação das eleições do ano que vem e o prefeito não quer desgastar a imagem dele politicamente. Se voltar será com outros moldes porque o projeto apresentado tinha prazo de vigência e venceu em julho deste ano", pondera o membro do coletivo.

Entre outras ações do Preserva Redenção, está a atuação no Orçamento Participativo, aprovando melhorias e realização de evento no parque. Em plenárias e fase de grupos do processo de revisão do Plano Diretor de Porto Alegre. O grupo também esteve mobilizado e propôs oficinas no Fórum Social Mundial.

Toda essa trajetória será contada no evento deste sábado. Segundo Jarbas, “a Redenção é local de descanso, lazer, de manifestações culturais e políticas, e de contato com a natureza não só nosso, mas também dos turistas que frequentam a cidade”. Por isso, o coletivo segue na luta para manter o parque um espaço público, de acesso livre, universal e irrestrito.


Card de divulgação do evento deste sábado / Reprodução


Edição: Katia Marko