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Tuiuti canta a vida de João Cândido

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A escola menciona um “cais” de luta, a ancestralidade negra - Divulgação
“Glória aos humildes pescadores”, numa alusão aos que garantem o peixe

Em tempos de mentiras normalizadas, verdades ocultadas, narrativas fabricadas, a escola de samba cumpre seu papel, contando a história do povo em verso e prosa.

Usa o recurso ancestral do “Ôôô” e do “Lêrê Lêrê” e vai apresentando primeiro o cenário da Revolta da Chibata, a traição dos governantes ao acordo firmado, o castigo do cal e a louvação do almirante negro imortal:

“Lerê lerê mais um preto lutando pelo irmão
Lerê lerê e dizer nunca mais escravidão”

Entre o contar da história e a iconização de João Cândido, a Tuiuti tem habilidade para destacar:

“Glória aos humildes pescadores”, numa alusão aos que garantem o peixe – ou o pão – e a vida.

Falando em vida, é saudando a “rainha de todas as cabeças”, que a escola menciona um “cais” de luta, a ancestralidade negra.

A composição deste samba-enredo é de Claudio Russo, Moacyr Luz, Gustavo Clarão, Júlio Alves, Alessandro Falcão, Pier Ubertini e W Correia.

 

Edição: Pedro Carrano