Paraná

Coluna

Romper relações diplomáticas com Israel

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Homem carrega o corpo de uma criança palestina morta em ataques israelenses próximo a um hospital em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza - Foto: Mohammed Salem - Reuters
Neste contexto romper relações diplomáticas com Israel é o único ato de coragem

Dia após dia imagens e notícias chocantes chegam a nós do Oriente Médio. O exército israelense massacra a população palestina com mísseis, drones, tanques e aviões diariamente. Milhares de mortos e feridos, casas destruídas, escolas e até mesmo hospitais colocados abaixo pela máquina de guerra israelense.

Mas não é a primeira vez, pois de tempos em tempos a máquina de guerra israelense entra em ação roubando território dos palestinos e massacrando sua população. Cada uma destas vezes sempre sob a desculpa de se defender. Foi assim que se formou o Estado de Israel, roubando e matando, sob a paralisia cúmplice da ONU e o apoio entusiasmado do imperialismo americano.

Obviamente que não se pode confundir o Estado genocida de Israel com o povo judeu. Isso seria o mais abjeto racismo. Ao mesmo tempo que não se pode confundir os palestinos com o fundamentalismo do Hamas.

É contra a existência do Estado racista e genocida de Israel que se levantam todos aqueles que querem a paz no oriente médio.

É nesta direção que existe desde 2005 um movimento chamado “Boicote, Desinvestimento e Sanções”, conhecido pela sigla BDS, que propõe que a comunidade internacional boicote o Estado de Israel, não invista recursos na economia israelense, e adote sanções contra este Estado, para pressionar pelo fim da ocupação do território palestino e o genocídio de sua população.

Nesta direção é preciso reconhecer também o ato de coragem do pequeno Estado boliviano, que acabou de anunciar o rompimento de relações diplomáticas com Israel, em protesto contra o genocídio em curso.

E o governo brasileiro? No teatro da ONU e de seu viciado Conselho de Segurança o Brasil parece desenvolto, mas é tudo como é: um teatro. O poder de veto americano e os interesses dos demais países fazem desde conselho um lugar de cumplicidade com o genocídio promovido por Israel.

Obviamente que não é o Brasil que vai parar o massacre palestino sozinho. Mas em situações dramáticas como a atual, é preciso se posicionar com coragem. É preciso dizer com voz alta e clara que o Estado Israelense não deveria existir, e as populações da palestina histórica deveriam viver em um único Estado, em que religião ou raça não sejam preditores de mais ou menos direitos aos cidadãos.

Neste contexto romper relações diplomáticas com Israel é o único ato de coragem e ao mesmo tempo realista que o Brasil deveria adotar neste momento, mostrando que é inaceitável a continuidade deste massacre.

*Professora de História na rede pública estadual e dirigente do PSOL

**As opiniões expressas nesse texto são de responsabilidade do/a autor/a e não representam necessariamente a posição do jornal Brasil de Fato.

Edição: Pedro Carrano