Paraná

Emergência climática

Falta de políticas públicas no combate as enchentes foi pauta do Programa Quarta Sindical

Participaram a Veradora Giorgia Prates e o coordenador Laboratório de Climatologia da UFPR , Pedro Fontao

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Alagamentos se repetem em áreas de Curitiba, como o Parolin - Foto: Giorgia Prates

 

Enchentes, alagamentos e deslizamentos provocados pelas fortes chuvas dos últimos dias são conseqüências das alterações climáticas e ambientais. Os impactos destes desastres ambientais principalmente para a população mais vulnerável abrem discussão sobre a falta de políticas públicas que amenizem os problemas para estas pessoas que são mais afetadas. Esta foi a pauta do Programa Quarta Sindical que contou com a participação da Vereadora Giorgia Prates e do professor e um dos coordenadores do Laboratório de Climatologia da UFPR (LaboClima), Pedro Fontão.


Participaram como debatedores a Veradora Giorgia Prates e o coordenador Laboratório de Climatologia da UFPR , Pedro Fontao / Reprodução internet

 

Na última semana vários bairros da cidade de Curitiba ficaram alagados e muitas pessoas com móveis perdidos e casas destruídas pelas fortes chuvas. A vereadora Giorgia Prates foi acionada por vários moradores quando os alagamentos aconteciam e foi “in loco” averiguar os locais. Durante sua participação no programa relatou o que viu, bem como os principais problemas que ela já levou à Prefeitura pedindo solução.

“Da maneira como eu sempre atuei na vida assim, eu sempre recebi muitas informações da população em relação a várias questões, muitas demandas aí do que acontece na cidade. Com as chuvas que se acentuaram no sábado, foram vários mesmos os pedidos e eu acabei até colocando também na nossa página do Instagram o telefone da Mandata para a gente poder receber as outras denúncias. E obviamente assim, acho que com tudo isso acentuando, essas questões climáticas está ficando muito pior. O que já não tinha se resolvido, agora só vai trazendo ainda mais prejuízo para a população. Alguns lugares que eu estive presente, no sábado e no domingo também, foi Santa Quitéria, Uberaba, no centro e também na região do Parolin. Enfim, foi muito assustador a gente ver o quanto ainda existe, de ausência mesmo de políticas públicas,” disse.

Giorgia informou que providências já foram solicitadas para a Prefeitura e que são vários os problemas na cidade que necessitam de políticas publicas voltadas tanto para a estrutura do município como para conscientização da população. “A gente tem que fazer um planejamento das áreas de risco, das ocupações no entorno dos rios, informar a população, dar medidas, fazer obras que tentem minimizar, mitigar um pouco esses impactos, e a longo prazo fazer uma política séria, em termos de Curitiba, mas também em termos de país, para a moradia, para a urbanização, que eu acho que é uma das grandes problemas, das grandes demandas da nossa sociedade. Todo mundo que tem direito à moradia digna, isso está na previsão e inclusive na própria Constituição,” finalizou.

Emergência climática

Para o professor Pedro Fontão, é preciso pensar com urgência no que já está denominado como “Emergência Climática”. “A gente tem que pensar que o clima também está na sociedade, precisamos pensar na justiça climática que é fazer o planejamento necessariamente à população mais pobre, mais vulnerável que tende a ter os efeitos mais amplificados dessas chuvas. Porque nós estamos num contexto de emergência climática, que efetivamente os modelos estão indicando aumento tanto no impacto e na frequência dos eventos extremos, e ao mesmo tempo no Brasil, a gente não tem uma cultura de gestão de riscos. Ou seja, urbanização, prevenção de enchentes, muitas vezes não é vista como alguma coisa benéfica. Pelo contrário, muitos vêem como gasto,” disse.

Sobre as previsões para o futuro, Pedro é enfático em dizer que a situação continuará crítica.  “A gente tem visto as chuvas ficarem cada vez mais intensas e frequentes. Evento que o tempo de recorrência era maior no passado tem ficado cada vez mais frequentes, infelizmente. Tem ocorrido com menor tempo de retorno. E nesse ano a gente tem um agravante que está na condição de El Niño que vai fazer necessariamente as chuvas ficarem cada vez mais fortes agora no nosso verão. Então a gente tem que estar preparado para isso,” disse.  

Para assistir na íntegra o Programa Quarta Sindical “Mudanças Climáticas: Estrutura Urbana e proteção da classe trabalhadora acesse o Youtube do Brasil de Fato Paraná

Edição: Pedro Carrano