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Arte

Artistas de Dinamarca, Líbano e Brasil expõem em mostra sobre fronteiras físicas e simbólicas

Obras estão expostas no Centro Cultural Sistema FIEP, com entrada gratuita

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Série “Terra Híbrida” retrata um universo paralelo habitado por sua família. - Lidia Ueta

“Cruzar a fronteira” reúne trabalhos fotográficos de Tanya Traboulsi (Beirute), Felipe Abreu (Copenhague/São Paulo), Pedro Vieira (Curitiba) e Lidia Ueta (Curitiba) e coloca em pauta alguns desdobramentos a partir do ato de imigrar. Idealizada para o último edital de ocupação dos espaços do Sesi Cultura Paraná, a mostra foi desenvolvida pela Ponto de Fuga, local de impulsionamento de projetos para reflexão em fotografia e arte contemporânea.  

Milena Costa e Kamila Bach assinam a curadoria e pretendem, unindo as obras dos artistas mencionados, questionar o trânsito pelas fronteiras físicas, simbólicas e da memória. “Estão em jogo nesta exposição a busca de novos horizontes, lembranças inviabilizadas pela ausência de imagens e imagens que constroem narrativas que ora silenciam, ora dão voz”, diz Milena.  

 As fronteiras de cada artista  

Todos os artistas que integram a exposição desenvolveram trabalhos em fotografia e vídeo. Eles refletem sobre como uma fronteira pode ser física ou geográfica, política ou mesmo entendida de maneira subjetiva, como a imposição de limites que enfrentamos no cotidiano.  

Tanya Traboulsi - que cresceu entre o Líbano e a Áustria  - participa com a série “Beirut recurring dream” (O sonho permanente de Beirute), refletindo sobre a reconstrução de Beirute após a explosão do porto.   


Em "An(n)a (Maria) (Solt) (Onto) (Sorroche)", Pedro Vieira reflete sobre estar presente em um mundo que exige que pertençamos a um estado-nação. / Pedro Vieira

Em "An(n)a (Maria) (Solt) (Onto) (Sorroche)", Pedro Vieira reflete sobre estar presente em um mundo que exige que pertençamos a um estado-nação. Vieira explora a questão a partir da experiência de vida de sua avó, que chegou na América do Sul no final da II Guerra Mundial fugindo do Holocausto.  

Já Lidia Ueta, filha de pais japoneses que migraram para o Brasil e se estabeleceram em Castro (PR), conduz seus familiares em meio às plantações onde posam para fotografias e encenam vídeos carregados de dualidades. A série “Terra Híbrida” retrata um universo paralelo habitado por sua família. 

Por fim, Felipe Abreu se apropria de imagens fotojornalísticas no projeto "Aprox. 5036000", na tentativa de analisar, editar e ressignificar as fotografias que retratam tanto imigrantes, quanto governantes envolvidos na crise humanitária dos refugiados. 

Serviço:  

Sesi Cultura Paraná apresenta: Cruzar a fronteira 

Horário: De segunda a sexta, das 9h às 18h, com monitoria disponível das 14h às 18h.  

Local: Centro Cultural Sistema FIEP, Unidade Dr. Celso Charuri – Rua Paula Gomes, 270 – São Francisco – Curitiba  

Entrada gratuita  

Em exibição até 5 de janeiro de 2024 

Edição: Ana Carolina Caldas