Paraná

ATO ANTIRRACISTA

Movimento negro protesta contra violência policial e racial, nesta quinta (24), em Curitiba

Para a ativista Ângela Maria, a manifestação em Curitiba terá o grito de ''parem de nos matar" e outras pautas

Curitiba (PR) |
Ato nacional do dia 24 de agosto “Pelo Fim da Violência das Polícias e de Estado: Nossas crianças e o Povo Negro Querem Viver!”. Em Curitiba, o ato será às 18h na Praça Santos Andrade (centro) - Divulgação

Movimentos sociais, populares e organizações do movimento negro irão às ruas em quatorze estados do país, nesta quinta-feira, 24 de agosto, para protestarem contra a morte da Mãe Bernadete, assassinada no Quilombo Pitanga dos Palmares, na Bahia, e contra as chacinas que ocorreram em São Paulo, Rio de Janeiro, e também na Bahia.

No Paraná, o ato será realizado em Curitiba, na Praça Santos Andrade, à partir das 18h. As mobilizações são convocadas pelas frentes Coalizão Negra por Direitos, Convergência Negra, entre outras organizações nacionais e estaduais. A mobilização em Curitiba ainda deverá contar com a participação de parlamentares do campo progressista, além de movimentos sindicais e estudantis.

Na capital paranaense, os manifestantes e ativistas do movimento negro além de denunciarem os assassinatos ocorridos em outros estados, denunciarão a violência policial que vem aumentando no Paraná, sobretudo contra a população negra. Um manifesto divulgado pelas organizações que estão à frente do ato em Curitiba retrata em estatísticas o aumento da letalidade na segurança pública, e o encarceramento de negros e negras.

Em 2022, cerca de 488 pessoas morreram em confrontos com policiais militares, um aumento de mais de 200 casos, comparável a 2015, onde 247 pessoas morreram.

O manifesto cita que a a letalidade destes supostos confrontos é desproporcional quando se trata da população negra no estado do Paraná, conforme um levantamento do Ministério Público do Estado do Paraná, por meio do Núcleo de Promoção da Igualdade Étnico-Racial (NUPIER), onde cerca de 48% de pessoas vítimas de confronto polícial no estado eram negras.

Exigências

Para a ativista Ângela Maria, da Coalizão Negra por Direitos, a manifestação em Curitiba terá o grito de ''parem de nos matar'', além de outras reivindicações, como as ''bodycams'' (câmeras acopladas às fardas dos policiais).

"Vamos denunciar a ação da polícia, o racismo existente nessa instituição. Então vamos reivindicar o uso nas fardas de câmeras e que esse uso seja amplo e imediato'', afirmou.

No manifesto, chamado ''Pelo fim da violência policial e racista no estado do Paraná", ainda traz a discussão permanente com os movimentos sociais negros e a Secretaria de Segurança Pública sobre a violência racial, o uso obrigatório de câmeras nos uniformes dos policiais, além da inclusão da obrigatoriedade dos marcadores de raça/cor, gênero, orientação sexual, religiosidade, entre outros marcadores, em todos os registros em fichas, formulários, prontuários oficiais do Paraná.

Edição: Frédi Vasconcelos