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Copel privatizada: Um crime contra o povo paranaense

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Os vendilhões da empresa pública paranaense - Foto: Rodrigo Félix Leal
Além disso, a nível internacional, esse modelo está na contramão do que vem sendo feito

A maior empresa do Paraná, a Copel, reconhecida entre as grandes distribuidoras de energia elétrica como uma das melhores da América Latina e Caribe, foi vendida este mês por R$ 4,5 bilhões, fazendo com que o governo do Paraná reduza sua participação de 70% para 15%.

Vários são os problemas com esta privatização, a começar pelo valor, pois em 2022 o lucro líquido da empresa foi de R$ 1,1 bilhão, isto é, quem comprou, em pouco mais de quatro anos vai recuperar o valor pago, baita negócio!

A privatização é o processo em que as empresas constituídas com recursos públicos são cedidas ao setor privado, sob a justificativa de busca de uma gestão mais eficiente e voltada para o mercado. Porém, a realidade mostra que os desfechos decorrentes dos processos de privatização do setor elétrico brasileiro na década de 1990 trouxeram uma degradação dos serviços e das condições de trabalho, bem como um aumento das tarifas além dos níveis de inflação. Além disso, a nível internacional, esse modelo está na contramão do que vem sendo feito. O setor elétrico francês e de gás alemão foram reestatizados em 2022.

Outra questão é que a privatização do setor elétrico fere a soberania e a segurança nacional, já que se alguns grupos internacionais comprarem as empresas transmissoras e geradoras de energia e o país entrar em algum atrito comercial, em represália os novos concessionários podem criar um “apagão” .

Mas o que justifica a venda de uma empresa pública premiada e notadamente uma das melhores no setor elétrico como é a Copel? Parece ser puramente uma vontade do Governador Ratinho Jr. de colocar nas mãos do mercado um serviço que é essencial para população a troco de migalhas. E quem sofre é o paranaense que pode ver o fim da tarifa social para as famílias mais pobres ou a perda da tarifa de irrigação noturna para os pequenos agricultores, além do provável aumento no valor da tarifa, que por sinal também afeta a tarifa de água, já que com base nas tecnologias atuais, o fornecimento de água potável e o tratamento de esgoto requerem energia elétrica para funcionar adequadamente.

Energia elétrica é uma necessidade básica da população e não deveria nunca ser tratada como mercadoria, por isso é lamentável e revoltante a privatização da Copel!

 

REFERÊNCIAS:

 

https://www.dieese.org.br/notatecnica/2017/notaTec173PrivatizacaoSetorEletrico.pdf

 

https://abradee.org.br/copel-e-reconhecida-entre-as-melhores-da-america-latina-e-caribe/

 

https://g1.globo.com/pr/parana/economia/noticia/2023/08/09/reserva-bancos-acoes-da-copel-no-parana.ghtml

 

https://www.canalenergia.com.br/noticias/53241343/lucro-da-copel-diminui-para-r-11-bi-em-2022

 

https://www.cartacapital.com.br/economia/em-meio-a-questionamentos-juridicos-governo-do-parana-avanca-com-privatizacao-da-copel/

 

Edição: Pedro Carrano