Paraná

JUROS ABUSIVOS

EDITORIAL 306. Economia melhora, mas juros continuam abusivos

A melhora na economia deve pressionar o Banco Central para que os juros baixem

Curitiba (PR) |
Juros leva a maior endividamento da população - FOTO: REPRODUÇÃO/ CUT

A economia brasileira deu sinais de melhora nos primeiros meses do governo Lula. A diminuição da inflação e a queda do dólar são indicadores dessa tendência. Ainda há muito a se fazer, mas o ligeiro crescimento econômico amplia as condições de investimentos no país e aponta para a possibilidade de melhoria da vida da população.

Vale ressaltar que esse crescimento tem sido puxado, especialmente, pela agropecuária, setor que gera poucos empregos e concentra renda. Por isso, é necessário que o governo continue desenvolvendo iniciativas que incentivem o investimento em outras áreas, especialmente o setor industrial, a fim de que o crescimento da economia possa beneficiar a população de forma mais duradoura.

A retomada do Programa Minha Casa Minha Vida, que movimenta vários setores industriais e da construção civil, e o pacote de incentivo à indústria automotiva, medidas anunciadas recentemente, indicam que a questão está na pauta do governo, mas ainda é um desafio fazer com que as pessoas mais pobres tenham acesso a bens de consumo básicos.

A melhora dos indicadores econômicos torna ainda mais injustificável a alta taxa de juros praticada no país. O Banco Central (BC), comandado por Roberto Campos Neto, que foi indicado por Bolsonaro, insiste em fazer com que o Brasil tenha uma das maiores taxa de juros do mundo.

A melhora na economia deve pressionar o Banco Central para que os juros baixem no próximo período, possibilitando que, com acesso ao crédito, haja mais investimento e dinamização econômica. É isso que o movimento sindical e organizações populares estão reivindicando na mobilização nacional contra os juros abusivos que está realizando manifestações pelo país contra a atual política de gestão do BC e a favor da diminuição dos juros.

Edição: Pedro Carrano